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USF Alviela presta cuidados em 9 polos: «exige muito de nós, mas temos conseguido»

Não é caso único em certas regiões do país, mas é certamente um grande desafio. A USF Alviela, geograficamente, não se cinge apenas a um local, em Pernes, no distrito de Santarém. Reparte-se por 9 polos: “Começámos por 6, mas já temos 9; é, de facto, uma região muito vasta, que exige muito de nós”, reconhece Fernanda Rodrigues, médica de MGF e coordenadora da USF.

Juntamente com Isabel Costa, esteve na génese da USF Alviela, que iniciou a sua atividade em 18 de dezembro de 2006. No início, a USF contava com 6 médicos, que já trabalhavam na área geográfica da USF, 6 enfermeiros e 5 assistentes técnicos. Atualmente, a Unidade tem mais um elemento em cada grupo.

Hoje em dia abrange cerca de 13.280 utentes, numa área geográfica que engloba várias freguesias, "que pertencem ao concelho de Santarém e cobrem uma área geográfica de cerca de 235 km2”, afirma a coordenadora.



Ajustar o número de profissionais "consoante a afluência dos utentes"

Esta distância entre os vários polos condiciona a intersubstituição, como aponta a sua responsável. “Não temos um período de consultas de intersubstituição durante todo o dia, apenas entre as 18h e as 20h e em Pernes. Mesmo assim, vamos adaptando o número de profissionais nesse período de tempo consoante a afluência dos utentes”, diz Fernanda Rodrigues.

Esta dispersão geográfica também acaba por ser uma limitação quando faltam recursos humanos. “Em caso de doença, licença de maternidade ou férias é muito mais complicado, assim como nos domicílios, porque são vários quilómetros a percorrer entre os vários polos”, observa.



Perante esta realidade tão específica, há uma pergunta que se impõe. Como é que unidades tão dispersas se conseguem juntar numa única USF? Fernanda Rodrigues não tem dúvidas: “Muita vontade de trabalhar e de fazer o melhor pela população.” 

A coordenadora admite que é “muito mais fácil trabalhar e sentirem-se motivados quando estão todos num mesmo edifício”, mas “a realidade é esta e precisamos adaptar-nos à mesma”. E garante: “Temos conseguido.”


Elementos da unidade com o peluche associado ao projeto "Nascer na USF Alviela"

As dificuldades são assim combatidas com “espírito de equipa e sentido de missão” e a USF Alviela tem conseguido atingir alguns dos principais objetivos iniciais: “Fomos das primeiras USF do ACES Lezíria em 2006 e ao fim de três anos passámos a modelo B. Fomos acreditados externamente pelo Modelo de Acreditação de Unidades de Saúde da Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucia em 2011 e de novo em 2016.”

Para os próximos tempos espera recursos humanos mais jovens. “São precisos médicos novos, porque apenas uma médica tem menos de 40 anos, os restantes têm todos mais de 60.” É assim, continuou, “urgente uma renovação geracional”.

Fernanda Rodrigues enfatiza que "as características geográficas desta USF não devem ser vistas como um obstáculo”, indicando que há sempre a possibilidade de se criarem novos projetos, como de resto tem acontecido. “Há muito que se pode fazer, porque a população precisa realmente de nós, logo a nossa Unidade é uma boa oportunidade para os mais novos”, remata.



“Nascer na USF Alviela” 

A população da USF Alviela é bastante envelhecida, mas isso não significa que não haja crianças na região. Por esse motivo, e precisamente para acarinhar os mais novos e as famílias, a equipa decidiu lançar o projeto “Nascer na USF Alviela”. Desta forma, as crianças nascidas desde o final do ano passado recebem todas um Guia de Acolhimento e um peluche com o logótipo da USF. 


“A nossa equipa achou que a Unidade deveria criar algo que permitisse uma maior proximidade entre os pais, as crianças e os profissionais de saúde. Nesse sentido, entregamos um guia para orientar os pais no primeiro ano de vida e, com o nosso próprio dinheiro, comprámos peluches”, conta a enfermeira Ana Santos.

O objetivo é “a vinculação do recém-nascido e dos seus pais à equipa de saúde da USF, ajudando a ultrapassar os obstáculos ou dificuldades que irão surgindo, promovendo a parentalidade, a vinculação e a educação terapêutica, necessária consoante o desenvolvimento da criança”.

“Ao conhecer as rotinas, formas de contacto e regras de funcionamento da USF, será mais fácil a adaptação e participação dos mesmos nos cuidados a serem prestados pela equipa de saúde, melhorando a eficácia e eficiência do atendimento”, diz a enfermeira.

A iniciativa abrange todos os recém-nascidos na USF Alviela e nela estão envolvidos todos os enfermeiros e médicos de família da USF Alviela.



A reportagem completa sobre a USF Alviela pode ser lida no Jornal Médico dos cuidados de saúde primários de novembro. Além das declarações de outros profissionais, explica-se a relevância do projeto de articulação implementado com o Hospital Distrital de Santarém para agilizar o tratamento dos doentes com síndrome de apneia obstrutiva do sono.

Dirigido a profissionais de saúde dos cuidados primários, o Jornal Médico dos CSP é distribuído, mensalmente, em todas as unidades de saúde familiar do país, sendo uma ferramenta única na partilha - entre pares -, de boas práticas, experiências e iniciativas.

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