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«Muita gente não sabe que tem uma doença respiratória»

“Hoje em dia, as doenças respiratórias estão em crescendo”, confirma Rui Costa, atribuindo uma grande responsabilidade por esse facto à poluição exterior, que atinge as grandes cidades, à própria poluição no interior dos edifícios e às condições em que as pessoas, por vezes, vivem, “que podem ser indutoras de doença respiratória”.

O coordenador do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias (GRESP) da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) diz ser verdade que um significativo número de portugueses não sabem que têm uma doença respiratória e apresenta o exemplo da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC):

“Muitas pessoas desvalorizam os sintomas da DPOC porque atribuem-nos ao facto de serem fumadoras e pensam ‘Isto é do tabaco’. Ou julgam que as limitações que sentem resultam da idade que têm, ou são simplesmente consequência de não fazerem exercício físico.”

Rui Costa reforça esta mensagem, indicando que é muito elevado o número de pessoas que "não são capazes de reconhecer que esses sintomas traduzem a existência de uma doença e que esta tem tratamento e pode e deve ser controlada". Desta forma, acrescenta, "quanto mais cedo isso for feito melhores condições haverá de preservar a função pulmonar dos nossos doentes e, portanto, mais anos de vida com qualidade lhes podemos proporcionar”.


Rui Costa

O papel dos médicos de família nesta matéria é tão relevante que o GRESP assumiu como sua missão principal “preparar um conjunto de profissionais mais interessados ou mais especializados nesta área e que possam ser, dentro da Medicina Geral e Familiar, elementos capazes de dar formação a outros colegas”.

As Jornadas que o GRESP tem vindo a realizar, e que em 2019 registarão a sua 5.ª edição, inserem-se nesta estratégia formativa do Grupo coordenado por Rui Costa, que realizou o seu último encontro há 2 anos, em Coimbra. O responsável está confiante que se conseguirá ultrapassar a marca dos 600 inscritos de 2017, agora em junho, em Lisboa.



"Mega ação de formação diversificada na área respiratória"


As 5.as Jornadas do GRESP terão praticamente o mesmo desenho das anteriores quatro edições, com as sessões principais e as paralelas a decorrerem ao longo de dois dias de trabalhos, sendo de destacar os workshops práticos que vão ter lugar, e não se esquecendo Rui Costa de destacar a importância formativa das próprias comunicações livres.

O coordenador do GRESP chama às Jornadas “uma mega ação de formação diversificada na área respiratória, especialmente destinada aos cuidados de saúde primários, isto é, não só ao médico, mas também ao enfermeiro”.


A última edição das Jornadas do GRESP, em 2017, despertou um enorme interesse. As expectativas são muito animadoras para 2019

“O que pretendemos é que os profissionais que trabalham nos CSP fiquem, por um lado, mais sensibilizados para a área respiratória e, por outro, que obtenham atualizações científicas que os possam ajudar a melhor tratar os seus utentes, no dia-a-dia, nas suas unidades de saúde”, esclarece Rui Costa.

A reunião de Lisboa contará com a presença de um pneumologista de renome mundial, o sul-africano Eric Bateman, um dos coautores das recomendações do GINA – Global Initiative for Asthma para o tratamento da asma.

As Jornadas servirão igualmente para reforçar as relações que o GRESP tem com as entidades congéneres em Espanha e no Brasil, sendo que o Grupo brasileiro surgiu muito recentemente. Deste país virão William Filho, que vai abordar a temática da DPOC, e Sónia Martins, que integrará o workshop sobre cessação tabágica, debruçando-se sobre a questão das recaídas.


Coordenação do GRESP: João Ramires, Rui Costa, Cláudia Vicente, Carlos Gonçalves e Luís Alves

Crescimento sustentado: "parceiro indispensável na saúde respiratória"

Rui Costa considera que o GRESP tem vindo a crescer “de uma forma gradual e sustentada”, agregando cada vez mais médicos de família particularmente sensibilizados para a temática das doenças respiratórias, distribuídos geograficamente por todo o país.

Ora, isso vem permitir, desde logo, que “possa estar mais perto dos colegas de MGF, permitindo concretizar ações de formação de mais proximidade, adaptadas às necessidades de cada região, ou de cada ACES”.

O médico destaca também o papel que o GRESP tem vindo a desempenhar junto da Direção-Geral da Saúde, por exemplo, “como parceiro importante na elaboração das normas de orientação clínica (NOC) que vão sendo produzidas na área respiratória”.
 
O coordenador do GRESP diz que “esse valor está em crescendo, sendo o Grupo cada vez mais reconhecido como um parceiro indispensável ao nível da saúde respiratória, inclusive, junto de outras organizações e sociedades médicas”.

Aliás, o seu protagonismo estende-se mesmo para fora de Portugal. “No âmbito do IPCRG, tem uma posição privilegiada e respeitada”, salienta Rui Costa, lembrando o facto de o último presidente daquele organismo ter sido Jaime Correia de Sousa, o anterior coordenador do GRESP.

“Isso deveu-se muito ao seu valor profissional e como pessoa, mas também ao trabalho que o Grupo tem vindo a desenvolver ao longo destes anos e ao prestígio que foi granjeando internamente e em termos internacionais”, frisa.


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