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Inquérito a médicos de família ajuda a «retirar doentes não urgentes da Urgência» em Gaia/Espinho

Através de um inquérito enviado aos médicos de família dos ACES Gaia e Espinho/Gaia, a equipa da Unidade de Tratamento Ambulatório de Medicina Interna (UTAMI) do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho pretende aferir se aqueles colegas têm conhecimento da existência da Unidade e o que os leva a encaminhar os doentes para o Serviço de Urgência.

Carina Silva, coordenadora da UTAMI, é assertiva ao afirmar que o objetivo final deste inquérito é contribuir para “retirar os doentes não urgentes do Serviço de Urgência, permitindo que essa área fique mais liberta e disponível para aqueles que mais precisam”.


Carina Silva

Aos doentes não urgentes, explica, “é garantida uma alternativa que já existe naquele centro hospitalar – a UTAMI, que oferece cuidados àqueles que estão em situação aguda e necessitam de ser observados por um médico internista, fazer exames ou ter uma opinião clínica que não pode ser garantida pelo médico de família”.

Com este inquérito, o objetivo é “perceber por que motivo alguns doentes continuam a ser encaminhados para o Serviço de Urgência quando poderiam recorrer à UTAMI e divulgar a experiência desta estrutura intermédia de cuidados”.

O doente foi bem orientado? Esperou muito tempo para ser atendido?

Dividido em duas partes, a primeira reúne questões que pretendem identificar os motivos por detrás do envio dos doentes para o SU, o funcionamento do processo de comunicação entre as duas estruturas de cuidados, o nível de acesso a dados, medicação realizada e resultados de exames, através do sistema informático e do recebimento da carta hospitalar.


Visa ainda identificar a perceção com que o médico de família fica quanto à qualidade do processo, nomeadamente, “se o doente foi bem orientado, se realizou os exames por ele equacionados, se esperou muito tempo para ser atendido” e qual o seu feedback.


O âmbito da segunda parte do inquérito é “perceber se os colegas têm conhecimento da UTAMI, se já encaminharam doentes para esta Unidade e se têm tido uma boa experiência com essa interação”.

"Queremos melhorar a articulação da comunicação"

A internista avança que, através do inquérito, “poderá perceber-se que existem médicos de família que não conhecem ainda a UTAMI, o que implicará o investimento numa maior divulgação, para que possam progressivamente enviar cada vez mais doentes”.

Simultaneamente, as questões colocadas neste inquérito – que poderá ser respondido em cinco minutos – ajudarão a identificar possíveis problemas de comunicação.

“Apesar de disponibilizarmos um contacto telefónico direto, ao qual os médicos de família podem recorrer para esclarecer dúvidas e discutir casos clínicos, queremos melhorar a articulação da comunicação”, afirma Carina Silva.



"Uma articulação que traz benefícios a todos"

Jorge Silva é interno do 3.º ano de MGF na USF Santo André de Canidelo e conheceu a UTAMI no âmbito do estágio hospitalar que realizou na Urgência de Medicina Interna do CHVNG/E.

No seu caso, refere ter recorrido à UTAMI quando se confrontou com um doente que “não tinha critérios clínicos que justificassem o envio para o Serviço de Urgência, mas cujo quadro não o deixava confortável para assumir uma decisão clínica”.

Recorrendo à UTAMI, esse doente “pôde ter consulta no espaço de três dias, o que evitou a prescrição de antibiótico, que poderia ter sido uma decisão precipitada”.

Deste modo, Jorge Silva entende tratar-se de “uma articulação que traz benefícios a todos – doentes, CSP e cuidados hospitalares”.


Jorge Silva

Oportunidade para uma "audição global desta cadeia de referenciação"

O interno de MGF acredita que a realização do inquérito “vai permitir fazer uma audição global desta cadeia de referenciação, com foco na acessibilidade, na disponibilidade e na qualidade desta consultadoria, de forma a identificar possíveis lacunas e formas de melhoria”.

Jorge Silva realça a importância de os internos de MGF partilharem o conhecimento que têm sobre a UTAMI com os seus orientadores e colegas especialistas: “Por vezes, assistimos a referenciações para o Serviço de Urgência que seriam eventualmente desnecessárias dada a relativa estabilidade dos doentes.”

Nestes casos, complementa, “seria mais cómodo e tranquilo se fossem referenciados para a UTAMI”.

“A Unidade de Tratamento Ambulatório de Medicina Interna do CHVNG/E tem que chegar a mais colegas e nós, internos, podemos contribuir para a disseminação desta articulação de cuidados”, finaliza.


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