Equipa liderada por Teixeira Veríssimo permitiu «dignificar a Medicina Interna em Portugal e no estrangeiro»

Dois anos depois de ter assumido os destinos da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), chega ao fim o mandato de Manuel Teixeira Veríssimo como presidente. A passagem de testemunho faz-se neste fim de semana, durante o Congresso Nacional de Medicina Interna, que está a decorrer em Viana do Castelo.



À Just News, o internista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) afirma considerar que o balanço do trabalho desenvolvido pela Direção que encabeçou é positivo, tendo contribuído para o desenvolvimento da Medicina Interna, assim como para a formação e a elevação da autoestima dos internistas em geral.

Em entrevista publicada no Jornal do XXII Congresso Nacional de Medicina Interna, distribuído aos participantes do evento, o presidente da SPMI começa por sublinhar que "tem sido uma honra e um enorme prazer estar à frente dos destinos da SPMI, pois, significa representar um grupo profissional essencial para o sistema de saúde, a cuja dedicação e espírito de missão os portugueses muito devem".


Manuel Teixeira Veríssimo com Diana Guerra, presidente do Congresso.

Apesar de considerar que "foi uma tarefa árdua", refere que, "em conjunto com uma excelente equipa de trabalho composta pelos membros dos corpos sociais, equipa editorial, centro de formação, centro de investigação, coordenadores dos núcleos de estudo, sócios e secretariado, permitiu dignificar a Medicina Interna em Portugal e no estrangeiro".



Dinamizar a formação aos internos e especialistas

A criação do Centro de Formação da SPMI foi uma das várias metas propostas por Manuel Texeira Veríssimo no início do seu mandato. O presidente da SPMI afirma que "o Centro de Formação (FORMI) é um instrumento importante da SPMI, através do qual se pretende oferecer, de forma organizada e coerente, formação aos internos e especialistas de Medicina Interna".

Acrescenta que o FORMI tem vindo a funcionar regularmente através da realização de cursos nas instalações da SPMI, aproveitando as salas criadas para o efeito, destacando que "aí têm decorrido cursos na área da Geriatria, Dor, Investigação Clínica, Cuidados Paliativos, Diabetes e Formação de Formadores". Adianta ainda que o Centro "encontra-se neste momento a cumprir as formalidades com vista à certificação pelo Centro de Emprego e Formação Profissional. Entretanto, outras atividades formativas têm sido levadas a efeito noutros locais, como o curso de verão e os cursos pré-congresso, entre outros".


A inauguração do Centro de Formação da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) contou com a presença do ministro da Saúde, que sublinhou na altura: “Parece frase feita falar-se da importância da Medicina Interna, mas, quando se olha para a realidade, é inevitável não se ver os milagres que se fazem na vida das pessoas com multipatologias.”

"Adaptar às necessidades dos doentes e instituições"

Questionado sobre quais considera serem os maiores desafios que se colocam na especialidade de Medicina Interna, Manuel Teixeira Veríssimo é de opinião que "o grando desafio da Medicina Interna passa por ser capaz de se adaptar às necessidades dos doentes e instituições, numa medicina cada vez mais especializada, mas, por isso mesmo, carente de uma especialidade, como a Medicina Interna, que tenha uma visão global do doente e saiba integrar os avanços decorrentes dessa superespecialização".


Nesse sentido, refere que a Medicina Interna "deverá continuar a ter um papel fulcral nas áreas clássicas, como internamento, urgência, cuidados intermédios e intensivos, hospital de dia, consulta externa e áreas temáticas, mas deverá também avançar para a medicina perioperatória, internamento domiciliário e gestão global do doente hospitalar".


Ao longo da entrevista, são desenvolvidos outros temas, nomeadamente, as principais alterações e novidades no que se refere aos Núcleos de Estudo e importância das relações desenvolvidas com outras sociedades científicas portuguesas e europeias. São também adiantados alguns dados, como a indicação de quais são os outros cursos de e-learning (além do curso da diabetes, que a Just News já noticiou) que estão previstos realizarem-se.


Manuel Teixeira Veríssimo nasceu em Arazede, Montemor-o-Velho, tendo-se licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), em 1980, e especializado em Medicina Interna (1990) e em Medicina Desportiva (1994). Fez depois o mestrado em Medicina do Desporto (1994) e o doutoramento em Medicina Interna (1999), ambos na FMUC. Tem a competência em Gestão de Serviços de Saúde e em Geriatria.

Nos HUC, foi chefe de equipa de Urgência, presidente da Comissão de Qualidade e Humanização, diretor do Centro de Congressos e monitor da Prescrição Médica e, atualmente, é coordenador da Enfermaria A do Serviço de Medicina Interna e responsável pela Consulta de Geriatria.

Na Faculdade de Medicina de Coimbra, é regente da disciplina de Geriatria e coordenador do Mestrado de Geriatria. Dirigiu o Centro de Medicina Desportiva de Coimbra (2001-2003) e foi presidente do Conselho de Administração do Hospital Rovisco Pais (2007-2012). 

Atualmente, é presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação e presidente da Comissão Instaladora da Competência de Geriatria da Ordem dos Médicos.

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