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Congresso Mundial de Psiquiatria vai ser em Portugal: «É uma grande conquista»

"Esta é uma boa notícia que queria avançar desde já", afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM). Em entrevista à Just News, João Marques-Teixeira, adianta que a reunião, onde são aguardados cerca de 8000 participantes, decorrerá na cidade de Lisboa, em 2019, "nos finais de agosto".

Considera tratar-se de "um evento de grande importância para a Psiquiatria Portuguesa", sublinhando mesmo que "o facto de se ter conseguido trazer o Congresso Mundial de Psiquiatria de 2019 para Portugal foi uma das conquistas desta Direção". A decisão, explica João Marques-Teixeira, foi tomada durante o Congresso Mundial de Psiquiatria, que decorreu em Berlim.

Segundo o psiquiatra, "a sua organização no nosso país muito se deve ao trabalho do Dr. Pedro Varandas, vice-presidente da SPPSM, em colaboração com todos os membros, como é óbvio. É uma grande conquista!"



Esclarece também que a SPPSM vai ter "um papel importante na organização deste Congresso Mundial que, naturalmente, se torna muito interessante quer para os colegas psiquiatras portugueses, quer para as relações internacionais da SPPSM". A edição deste ano realiza-se no final de fevereiro, na Austrália.

Luta contra o estigma: "Começar pelos media"

Ao longo da entrevista, publicada na LIVE Especial Psiquiatria e Saúde Mental, e numa altura em que ultrapassa a primeira metade do seu mandato enquanto presidente da SPPSM, João Marques-Teixeira faz um balanço positivo destes dois últimos anos à frente da Direção desta sociedade científica.

Entre outros temas, faz alusão a uma questão "em que estamos muito empenhados, que é a luta contra o estigma. Nesse aspeto, desenvolvemos um projeto que nos parece muito importante e inovador, o Informamente”. E explica em que consiste este programa que está em curso:

"Foi lançado há um ano e é especialmente dirigido aos jornalistas. Uma equipa fez uma análise das principais notícias relacionadas com Psiquiatria, publicadas em diversos órgãos de Comunicação Social. A partir dessa avaliação, fez um estudo do tipo de notícias realizadas, assim como um plano de intervenção junto dos jornalistas. O objetivo é o esclarecimento de temáticas da especialidade, algo complexo."

O resultado de todo este trabalho traduz-se na elaboração de um Guia de Psiquiatria para Jornalistas, "que se encontra disponível, de forma gratuita, no site da SPPSM, para que qualquer profissional desta área possa consultar. Penso que começar pelos media é um passo importante na luta contra o estigma."

João Marques-Teixeira adianta ainda que, "na sequência desta iniciativa, vamos lançar, já em 2018, o primeiro prémio da SPPSM para jornalistas".


Entender quando "alguém está ou não doente"


 

Relativamente ao Congresso Nacional de Psiquiatria, que se realiza no final deste mês, o tema é “O normal e o patológico em Psiquiatria”. Questionado sobre a relevância desta temática, João Marques-Teixeira começa por referir que "a grande relevância é discutir-se a fronteira ou fronteiras entre a vida psíquica normal e a patológica. Em termos muito práticos, trata-se de discutir a distinção entre uma pessoa doente e uma normal!"

Para o especialista, esta "é uma das grandes dificuldades da Psiquiatria! Perguntas como: apenas quem está assintomático e sem sofrimento causado pela doença pode ser considerado normal? Ou, por outro lado, quem está muito alterado pode ser considerado doente?"



Na sua opinião, "este panorama complica-se com a existência de zonas de fronteira". Assim, refere que a questão de saber onde termina o normal e começa o patológico "é uma pedra filosofal da Psiquiatria e é preciso que seja rediscutida, porque vai-se ajustando em função da evolução social, cultural e, até mesmo, de alguma alteração biológica, da introdução dos medicamentos, etc."

Acrescenta ainda que "esta zona de fronteira tem de ser refletida com alguma frequência, de forma a serem criados critérios para que todos nos possamos entender quando dizemos que alguém está ou não doente".

Desta forma, esta é uma questão que "tem relevância para o doente, para os tribunais, para a distribuição de verbas nas políticas de saúde. É uma definição prática, que tem uma componente de reflexão teórica muito importante".





A entrevista completa é publicada na LIVE Especial Psiquiatria e Saúde Mental.

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