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Amigdalectomia por radiofrequência: «nova tecnologia traz muito menos complicações»

A redução de complicações, de dor pós-operatória e de medicação são algumas das vantagens identificadas por Leonel Luís, diretor do Serviço de Otorrinolaringologia do CHULN, quanto à realização da amigdalectomia por radiofrequência. Esta técnica foi abordada num curso dedicado ao tema, que contemplou a realização de cirurgias ao vivo 3D e 4K e de dissecção de cadáver, no final de abril.



“A amigdalectomia continua a ser uma das cirurgias mais realizadas no mundo e esta nova tecnologia de radiofrequência traz muito menos complicações e dor pós-operatória”, começa por referir Leonel Luís.

O otorrinolaringologista que esteve na origem deste curso, organizado pelo Hospital de Santa Maria e pela FMUL, em parceria com o Lusíadas Knowledge Center, explica ainda que “esta tecnologia pode ser utilizada tanto na amigdalectomia total, como parcial, sendo que esta última tem demonstrado, nos últimos 20 anos, ser tão eficaz no tratamento da amigdalite de repetição e da hipertrofia amigdalina como a amigdalectomia total”.


Leonel Luís

De uma forma global, as vantagens passam ainda pela “redução de hemorragias intra e pós-operatórias e da necessidade de medicação, e pela facilitação do regresso à alimentação normal, dado que esta tecnologia atua com baixa temperatura, diminuindo o traumatismo”. Além disso, acresce o “conforto de ser um único instrumento a aspirar, aplicar o plasma, coagular e irrigar – tudo feito com uma só mão, o que é mais prático para o cirurgião”. O especialista salienta que se trata de “uma técnica muito mais segura e melhor tolerada”.

Leonel Luís avança que os casos de cancro oral estão excluídos desta tecnologia, sendo preferível existir “uma dissecção fria pela questão diagnóstica”. Também a amigdalectomia parcial não deve ser realizada “se existirem antecedentes de abcesso periamigdalino, situação em que é preferível fazer-se uma amigdalectomia total”.



Tecnologia 3D/4K “permite uma partilha muito democrática do conhecimento”

Leonel Luís reconhece que o ensino desta técnica é um desafio, na medida em que “quem está a aprender tem que olhar por cima do ombro do cirurgião, nunca partilhando a sua visão, o que dificulta a perceção”.

Foi a pensar nessa dificuldade que a organização do curso decidiu dinamizar cirurgias ao vivo que utilizassem um exoscópio 3D, o que possibilitou a projeção de imagens 3D/4K na sala onde os participantes se encontravam.


Formadores e participantes do curso


“Dessa forma, tanto o cirurgião como os aprendizes puderam partilhar exatamente a mesma visão, dado que quem estava a operar também atuava olhando para o ecrã”. A aprendizagem tornou-se, assim, “mais rápida e fácil”, com esta “partilha muito democrática do conhecimento”. Esta atuação só foi possível porque este Bloco Operatório de ORL é “o único no mundo a dispor desta tecnologia”.

O curso contemplou ainda uma componente de dissecção de cadáver, permitindo “fazer a exploração cirúrgica do pescoço, de forma que os participantes possam conhecer bem a anatomia, nomeadamente a irrigação das amígdalas, tanto por fora − pelo pescoço −, como por dentro, através da faringe.

Simultaneamente, “favorece a identificação das complicações possíveis”, num contexto em que “as estruturas e os vasos de maior calibre estão muito próximos, daí que seja preciso perceber o que fazer, quando parar e como resolver complicações graves”.



Parceria com Lusíadas Knowledge Center possibilita “discussão mais alargada”

A par de Leonel Luís, também Luísa Monteiro, Miguel Coutinho e José Tavares, otorrinolaringologistas do Grupo Lusíadas Saúde, foram figuras centrais neste curso, que também realizaram cirurgias ao vivo.


Miguel Coutinho, Luísa Monteiro e Leonel Luis

Na ótica do diretor do Serviço de ORL do CHULN, esta interação possibilitou uma “discussão mais alargada das tecnologias, das estratégias, dos motivos pelos quais operamos e do consentimento informado para este tipo de cirurgias”.

Este curso contou com 30 participantes, maioritariamente internos da especialidade, portugueses, embora também tenham marcado presença colegas espanhóis.

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