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Organização e liderança: temas (também) em foco no Congresso de Medicina Interna

Foi hoje divulgado o programa atualizado do 27.º Congresso Nacional de Medicina Interna, evento que se realiza dentro de dias. Enquanto presidente da Comissão Científica, João Sá está convicto que se conseguiu construir um programa "com modernidade e inovação", que inclui tópicos não só da área técnica.

Em declarações à Just News, o médico, que defende a importância da Medicina Interna como garante de toda a atividade hospitalar, está convicto de que os temas, "cuidadosamente selecionados, irão despertar um interesse generalizado a internistas e outros especialistas".

Salientando que, "por vezes, as comissões organizadoras e científicas têm dificuldade em imaginar algo de novo", João Sá refere que o programa desta edição contempla o debate e aprofundamento de questões relacionadas, nomeadamente, com os "campos da organização, da liderança e da segurança clínica". Trata-se, assim, de um programa científico que "ultrapassa a componente técnica".



Doença cardiovascular e autoimunidade

De acordo com o internista, esta edição terá, "como sempre, uma dimensão forte relativamente à doença cardiovascular, nomeadamente, a insuficiência cardíaca, o risco vascular e a diabetes mellitus".

A patologia autoimune também será particularmente discutida "por ser uma área muito querida dos internistas, ao tocar vários órgãos, a par das doenças infeciosas e das que afetam o aparelho respiratório". João Sá aproveita para destacar que, este ano, "serão exploradas as questões decorrentes da pandemia a SARS-CoV-2".

Outros temas, como "a multimorbilidade, a formação em internato, a investigação nos serviços de Medicina Interna e as eternas questões dos serviços de Urgência, serão analisados por figuras de bom protagonismo nestas áreas".

Merece ainda um especial destaque a mesa-redonda relativa à Medicina Interna - Revista da SPMI, "uma revista que me é muito querida, que sirvo como editor-chefe há já alguns anos", indica o médico.


Uma das muitas reuniões de prepação do 27. Congresso Nacional de Medicina Interna

Criação de pontes para uma integração de cuidados


É sob o lema "Valorizar a Medicina Interna" que se realiza, entre os dias 2 e 5 de outubro, o 27.º Congresso Nacional de Medicina Interna, sendo esta a primeira vez que o grupo de internistas a organizar o principal evento nacional da área integra um hospital privado.

Para João Sá, que em 2006 teve a oportunidade de criar um Serviço de Medicina Interna tal como idealizava, ao ser convidado para participar no projeto de construção do Hospital da Luz Lisboa, este envolvimento faz todo o sentido, conforme explica:

"Uma vez que a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna tem vindo a estimular a relação da Medicina Interna com a Medicina Geral e Familiar (MGF) e a instituição onde trabalhamos integra um Serviço de MGF, algo único a nível nacional, criámos um espaço para essa especialidade se pronunciar quanto à relação com o hospital, aos critérios de referenciação e à forma de receber doentes oriundos dos cuidados hospitalares." 

Ajudar a que os médicos jovens "sejam melhores do que nós fomos"

Ao longo dos seus 45 anos de carreira, João Sá dedicou-se, além da vertente clínica, à associativa e pedagógica. Após especializar-se em Medicina Interna, obteve em 1990 o Diploma Europeu em Medicina Intensiva e em 2003 a competência em Gestão de Saúde pela Ordem dos Médicos. 


João Sá, Alexandra Bayão Horta (presidente do 27.º Congresso de Medicina Interna) e João Araújo Correia, presidente da SPMI, na cerimónia de entrega do Prémio Nacional de Medicina Interna 2019


Em 2019 recebeu o Prémio Nacional de Medicina Interna. Na cerimónia realizada, Alexandra Bayão Horta destacou o percurso de João Sá: “A excelência humana aliada à intelectual faz do Dr. João Sá uma pessoa dedicada e respeitada entre todos, um médico excecional e um colega extraordinário.”

João Sá considera que se trata "de um exagero generoso de quem sente amizade por mim". Contudo, reconhece que gosta de ver os médicos mais jovens "a evoluir positivamente e de sentir que são as pessoas certas em lugares de responsabilidade. Esta é uma dimensão curricular que gosto sempre de citar porque o ato de preparar e de promover os vindouros para que sejam bons médicos é, de facto, uma missão que temos para além da obrigação clínica de cuidar dos nossos doentes."

E acrescenta: "Os médicos que nós formamos vão ser os médicos dos nossos filhos e netos, pelo que temos que passar o testemunho o melhor possível e fazer com que eles cresçam mais rapidamente e sejam melhores do que nós fomos – fundamentalmente, serem melhores mais cedo. Aí reside o progresso de qualquer grupo ou organização."


O programa atualizado pode ser consultado AQUI.

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