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Medicina Interna Portuguesa quer «aprofundar as relações» com os países lusófonos

"A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) está apostada em aprofundar as relações com os internistas dos países lusófonos", assegura Luís Campos, presidente da SPMI. Nesse sentido, essa colaboração será "simbolicamente assinalada através de um acordo de cooperação a ser assinado durante o 23.º Congresso Nacional de Medicina Interna".

A reunião mais importante da Medicina Interna Portuguesa realiza-se este ano na cidade do Porto, entre os dias 25 e 28 de maio, e vai contar com uma mesa redonda exatamente sobre a determinação em "estimular a colaboração com os internistas dos países de língua portuguesa". Luís Campos esclarece que essa preocupação tem sido, aliás, "uma das prioridades da atual Direção da SPMI".

O médico recorda que, a nível da Medicina, existe já uma Comunidade Médica de Língua Portuguesa, "fundada em 2005, ao tempo em que o Dr. Germano de Sousa era bastonário da Ordem dos Médicos em Portugal. Essa associação foi recentemente reativada e vai promover o seu VII Congresso, no Porto, em setembro deste ano."



Em relação à Medicina Interna, o presidente da SPMI afirma à Just News que tem existido "alguma colaboração com países africanos, com destaque para Cabo Verde, onde tive o grato prazer de ter tido como tutorado o seu primeiro internista, o Dr. José Sousa Santos, e onde nos temos deslocado com regularidade para participar em cursos e congressos diversos".

Luís Campos refere a colaboração com a Guiné, que "tem acontecido principalmente através do Prof. Carlos Vasconcelos, particularmente na área do VIH, integrado em missões organizadas pela Fundação Ricardo Sanhá" e destaca São Tomé:

"Talvez o maior exemplo de constância, coerência e amplitude de cooperação na área da saúde, a qual tem sido liderada pelo Instituto Marquês de Valle Flor (IMVF) desde 1988, na pessoa do seu presidente, Dr. Paulo Freitas, também ele um internista, e por outro internista egípcio, o Dr. Ahmed Zaky."



Na sua opinião, a atividade e os resultados nos indicadores de saúde deste país "são absolutamente impressivos". Contudo, lamenta que, apesar de o programa ser liderado por internistas, "das missões de 22 especialidades não consta nenhuma de Medicina Interna", concluindo que seria talvez tempo de "admitir no curriculum dos nossos internos em formação específica a possibilidade de inclusão de estágios realizados em países de língua oficial portuguesa".

São vários os temas relacionados com estes e outros países lusófonos que estarão em discussão durante o 23.º Congresso Nacional de Medicina Interna, porque, "além da língua comum, existe uma história comum e, acima de tudo, a preservação de uma afetividade que não tem outro paralelo entre países colonizados e países colonizadores", afirma Luís Campos. 




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