Luís Ferreira Vicente é o novo presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução
"É uma honra muito grande, pelas direções precedentes e pela equipa extraordinária formada, que tem um enorme potencial para fazer um bom trabalho", afirma Luís Ferreira Vicente, a propósito da sua recente eleição como presidente da Direção da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR).
Neste âmbito, e em entrevista à Just News, defende a importância de “transmitir a pasta da essência da SPMR aos novos elementos e de continuar a mantê-la viva, não quebrando a cadeia, mas perpetuando-a e tornando-a mais forte”.
Valorizando a ampla comunidade de profissionais que trabalham em MR, o presidente da SPMR afirma que uma das preocupações tidas pelas direções anteriores e que será mantida é a da organização de programas científicos aliciantes para todos.
Luís Ferreira Vicente
“É fundamental envolvermos todos os profissionais na discussão dos temas, tal como estamos no dia-a-dia envolvidos nos nossos centros. Os centros de PMA não funcionam se os profissionais não trabalharem em equipa. Eu não conseguiria desempenhar a minha atividade se não tivesse o apoio de um Laboratório de Embriologia, que é o coração de um Centro de PMA”, afirma.
E faz questão de sublinhar que, nesta área, "todos os profissionais são essenciais e formam uma equipa multidisciplinar envolvida na prestação de cuidados – médicos, enfermeiros, embriologistas e psicólogos – e a SPMR reflete isso mesmo".
"A Medicina da Reprodução vai muito além dos tratamentos de infertilidade"
Para Luís Ferreira Vicente, que assumiu a liderança da SPMR este mês, no decorrer do 9.º Congresso Português de Medicina da Reprodução, "é nítido que, hoje em dia, a Medicina da Reprodução vai muito além dos tratamentos de infertilidade, oferecendo a possibilidade de responder a novas realidades, até sociais".
A possibilidade de oferecer uma gravidez a mulheres solteiras ou a casais de mulheres, através da realização de tratamentos com doação de gâmetas, bem como de proceder ao diagnóstico pré-implantação, no caso dos casais que tenham doenças genéticas ou cromossómicas, transferindo apenas os embriões que não serão portadores de doença, são exemplos apontados por Luís Ferreira Vicente, que provam como a MR já não se restringe apenas ao tratamento da infertilidade convencional.
“Há um conjunto de situações às quais conseguimos dar resposta, através da possibilidade de preservação da fertilidade, quer masculina, quer feminina”, adianta. No caso da mulher, tal significa que, “futuramente, apesar de a sua fertilidade vir a estar mais reduzida, a probabilidade de engravidar é relativa à idade em que foi feita a colheita e a criopreservação dos ovócitos”.
Por esse motivo, o médico, que coordena o Centro de Procriação Medicamente Assistida do Hospital Lusíadas Lisboa desde fevereiro de 2022, não tem dúvidas em afirmar que, “neste momento, a MR não está limitada aos tratamentos de infertilidade, oferecendo a possibilidade de ultrapassar diversos problemas”.
Corpos Sociais da SPMR 2024-2027: Ana Paula Soares, Ricardo Santos, Graça Pinto, Ana Aguiar, Daniela Couto, Margarida Silvestre, Luís Ferreira Vicente, Joana Mesquita Guimarães, Sérgio Reis Soares, Mariana Veloso Martins, Ana Sousa Ramos, Rui Miguelote e Joaquim Nunes
Contudo, apesar de a MR poder “representar uma solução”, distingue o papel que a SPMR tem em “insistir junto dos decisores políticos para a tomada de medidas que facilitem a gravidez em idades mais jovens”. No fundo, “socialmente, temos a preocupação de sensibilizar as pessoas para a importância de tentarem a gravidez, idealmente, antes dos 35 anos, e quanto aos fatores que possam comprometer a fertilidade”.
Paralelamente, pelo facto de ser uma área de investimento cada vez mais atrativa, Luís Ferreira Vicente adianta que “começa a existir, a nível mundial, uma pressão para aumentar a produção médica e de tratamentos, para a qual os profissionais devem estar alerta”.
Nesse enquadramento, “a SPMR pode encorajar um patamar ético, deontológico e de trabalho de acordo com a legis artis, que caracteriza todos os médicos portugueses que trabalham nesta área.
Corpos Sociais da SPMR 2024-2027
Direção
Presidente:
Luís Ferreira Vicente (Sul)
Secretária-geral:
Margarida Silvestre (Centro)
Vice-presidente:
Ana Aguiar (Sul)
Vice-presidente:
Sérgio Reis Soares (Sul)
Vogal:
Ricardo Santos (Norte)
Vogal:
Rui Miguelote (Norte)
Tesoureira:
Ana Sousa Ramos (Sul)
Mesa da Assembleia-Geral
Presidente:
Joana Mesquita Guimarães (Norte)
Vice-presidente:
Ana Paula Soares (Sul)
Secretária:
Mariana Veloso Martins (Norte)
Conselho Fiscal
Presidente:
Joaquim Nunes (Sul)
Vogal:
Graça Pinto (Sul)
Vogal:
Daniela Couto (Centro)