Literacia em saúde renal: Serviço de Nefrologia do CHUAlgarve aposta em programa de rádio
Já arrancou o primeiro programa na Rádio Solar, que, semanalmente, conta com a presença de uma nefrologista do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUAlgarve) para abordar várias temáticas relacionadas com o rim junto da comunidade. A estreia aconteceu a semana passada.
Ana Paula Silva, diretora do Serviço de Nefrologia do CHUAlgarve, explica que esta é mais uma iniciativa que se enquadra no projeto “Literacia em Saúde Renal na população algarvia”, que a sua equipa decidiu desenvolver, "incentivada pela Sociedade Portuguesa de Nefrologia".
Ana Paula Silva: “Nós não somos só médicos, mas também vetores educacionais”
Através da análise de um questionário elaborado pelo Serviço e dirigido à população, realizado no Mercado Municipal de Faro, em março, por ocasião do Dia Mundial do Rim, a diretora do Serviço avança que “foi possível constatar que havia um conhecimento muito débil sobre o que é o rim e quais são os cuidados a ter”. Adicionalmente, pesou o facto de, “em Portugal, a prevalência da doença renal face a outros países da Europa ser elevada”.
Com o arranque deste projeto na rádio – a convite do diretor de programação, Fernando Guimarães −, semanalmente, e ao longo de pelo menos um ano, Ana Cabrita, uma das nefrologistas do Serviço e responsável por este projeto, falará aos portugueses sobre temáticas como as funções do rim, a doença renal, a doença renal crónica e o atingimento renal em doenças sistémicas. Haverá ainda espaço para responder a questões colocadas pelos ouvintes.
Ana Cabrita no programa de rádio
Ana Paula Silva adianta que, além deste projeto, foram ainda feitas propostas a alguns municípios do Algarve relacionadas com a possível realização de sessões formativas junto das autarquias, dos Cuidados de Saúde Primários e das instituições de ensino. Neste último caso, considera que “os mais jovens são um verdadeiro veículo de informação para toda a família”, pelo que gostaria que esta ação pudesse arrancar brevemente.
A diretora do Serviço lança o desafio aos colegas de outras unidades e serviços de Nefrologia do país a fazer o mesmo investimento na comunidade, pois “se todas as regiões fizessem esta análise estatística e diagnóstica dos constrangimentos que possam existir nesta área, tínhamos a fotografia da literacia em saúde da população portuguesa e, a partir daí, podíamos começar a trabalhar num processo de melhoria contínua”.
Além desta iniciativa que aposta na prevenção da doença, o Serviço tem dado cartas também na atividade assistencial, ao ter conseguido eliminar a lista de espera, o que tem trazido “um impacto muito positivo a nível da recorrência dos doentes ao Serviço de Urgência e ao próprio Internamento”. Como explica, “ao recebermos os doentes entre uma a duas semanas após a referenciação dos CSP, conseguimos detetar os problemas de forma precoce e fazer uma intervenção atempada sem necessidade de hospitalização”.
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