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Hospital de São João celebra 60 anos e lembra «o empenho e compaixão» dos seus profissionais

O presidente do CA do Centro Hospitalar Universitário de São João garantiu esta quarta-feira que a instituição olha para o futuro com “irreverência” e “vontade de inovar”. Aliás, Fernando Araújo está convicto de que os hospitais têm que se “preparar e reinventar” para sobreviverem às mudanças “rápidas e radicais” que vão acontecer.



“Estamos a entrar numa segunda adolescência, com a maturidade de seis décadas de trabalho, mas com a irreverência, a sede insaciável de conhecimento, a disponibilidade sem limite e a vontade de inovar”, afirmou o presidente do Conselho de Administração do CHUSJ na sessão oficial que marcou o início das comemorações do 60.º aniversário da inauguração do Hospital de São João, que ocorreu a 24 de junho de 1959, Dia de São João.

“Nós não esquecemos as gerações de profissionais que durante estas seis décadas construíram esta casa”, garantiu Fernando Araújo. E sublinhou que sempre o fizeram “com empenho e dedicação, de uma forma profissional, motivada, ética e com enorme compaixão na prestação de cuidados, na formação e na investigação de excelência”.


Margarida Tavares, Fernando Araújo e Altamiro da Costa-Pereira

Uma celebração que é "uma afirmação de centralidade do SNS"

Margarida Tavares, infeciologista, antiga diretora clínica do CHUSJ e coordenadora do grupo de trabalho responsável pelo programa das comemorações, abriu a sessão. E admitiu fazê-lo com orgulho “porque celebrar a história e a vida deste hospital é homenagear todos aqueles que aqui trabalharam, habitaram e deram sentido a este lugar”.

Haveria ainda de afirmar que “a celebração de uma grande instituição pública de saúde é uma afirmação de centralidade do SNS, da sua capacidade de ser exemplar, de contribuir para atingir metas de qualidade”.



Altamiro da Costa-Pereira acolheu a cerimónia na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), de que é o atual diretor, aproveitando para fazer referência ao desejo partilhado com o CHUSJ de se vir a criar brevemente o Centro Académico Clínico.

A estreita ligação entre as duas entidades ficou bem demonstrada nas palavras que proferiu: “A Faculdade é um braço armado do Hospital para o ensino e a investigação, tal como o Hospital é um braço armado da Faculdade para a área da assistência.”



Os desafios do CHUSJ: acessibilidade e sustentabilidade económico-financeira

Agradecendo “toda a disponibilidade, apoio e parceria, quer institucional, quer pessoal” do diretor da FMUP, Fernando Araújo não deixou de cumprimentar o representante da Câmara Municipal do Porto e dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) Maia Valongo e Porto Oriental presentes na sala.

Lembrando que “as autarquias são para nós fundamentais, pois, são quem está mais próximo das pessoas", acrescentou ainda: “Temos de fortalecer a ligação com os cuidados de saúde primários, de forma robusta, passando das palavras às ações.”

“Pensa-se que nos próximos anos os hospitais irão sofrer mais modificações do que nos últimos 50 anos”, sublinhou Fernando Araújo, identificando as “forças que estão a pressionar esta mudança”, entre as quais o envelhecimento da população e o aumento da complexidade clínica das suas necessidades, assim como as elevadas expectativas dos doentes.

O reconhecimento de que muitos tipos de cuidados devem ser fornecidos na comunidade obriga a “aumentar a taxa de ambulatorização” e ao “desenvolvimento da hospitalização domiciliária”. Por outro lado, os centros de referência e os centros de responsabilidade integrados “têm de crescer, mas de forma sustentada, evidenciando o trabalho que realizam”.



Fernando Araújo enumerou outras “forças de pressão”: os avanços na tecnologia e no conhecimento científico e clínico (em muitos casos, com “ganhos enormes”, mas “custos transcendentes”); o impacto das tecnologias digitais; as dificuldades em atrair e reter os profissionais de saúde; os desafios no financiamento e na sustentabilidade.

Finalmente, destacou “as questões da qualidade e a necessidade de publicarmos dados sobre mortalidade, readmissões, taxas de infeção nosocomial, entre outros”. Porque “são um direito dos utentes e irão influenciar a forma como são financiadas as instituições”.

Fernando Araújo terminou a sua intervenção identificando os “dois importantes desafios que o hospital tem pela frente”: o da acessibilidade (no combate às listas de espera) e o da sustentabilidade económico-financeira.


Conselho de Administração do CHUSJ: Sofia Leal (vogal executiva), Filomena Cardoso (enfermeira diretora), Fernando Araújo, Maria João Baptista (diretora clínica) e Luís Porto Gomes (vogal executivo)

Quatro dezenas de homenageados

Um dos pontos mais relevantes da cerimónia consistiu na homenagem e entrega de medalhas aos mais de 40 colaboradores do CHUSJ aposentados em 2018, a quem o presidente do CA comunicou que “o hospital está-lhes muito grato”.



A cerimónia contou também com um momento de valsa clássica, protagonizado por três bailarinas da Academia Fernando Canossa, e com um recital interpretado pela mezzo soprano Maria João Gomes.



Até ao final deste ano, alguns eventos terão lugar, no âmbito das comemorações do 60.º aniversário do Centro Hospitalar Universitário de São João, nomeadamente: um debate subordinado ao tema “Conquistas e desafios da Saúde” (novembro), um ciclo de cinema sobre o passado e o futuro do hospital (novembro) e um concerto na Casa da Música (dezembro).


Grupo de trabalho multidisciplinar responsável pelo planeamento e implementação do Programa das Comemorações do 60.º aniversário do CHUSJ: (atrás) António Santos, José Eduardo Guimarães, Delfim Oliveira, António Roma Torres; (ao meio) Isabel Ribeiro, Margarida Tavares; (à frente) Helga Lima, Sara Sousa; (ausente na foto) Paulo Silva


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