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Sintomas iniciais de hipotiroidismo «podem confundir-se com depressão»

“É preciso pensar em hipotiroidismo porque os sintomas iniciais são muito idênticos aos de outras patologias”, refere Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) e médico de MGF da USF Norton de Matos, em Coimbra.

“É uma doença que preocupa os médicos de família e que, ao afetar mais os idosos, é cada vez mais frequente por causa do envelhecimento da população a que assistimos”, sublinha.

De acordo com Rui Nogueira, “o sintoma mais habitual é o cansaço, o que pode estar associado à maioria das patologias, quer seja uma síndrome gripal ou algo muito mais grave”.

Existe ainda o chamado hipotiroidismo subclínico: “A elevação do TSH sérico em pacientes com sintomas ausentes ou mínimos de hipotiroidismo e concentrações séricas normais de T4 livre pode acontecer e, nessas situações, só é detetável quando, nas análises, se pede a TSH.”


O médico defende assim a análise nalgumas situações: “É o caso das grávidas, que são mais suscetíveis a alterações na hormona tiroideia, e é muito importante, porque não vai afetar apenas a mulher, mas também o feto.”


E acrescenta: “Apesar de os médicos de família não terem orientações para pedir a análise à TSH durante a gravidez, a maioria segue esse procedimento, o que é uma prática correta.”


Diagnóstico e seguimento nos cuidados de saúde primários

Falta de energia, obstipação, aumento da sensibilidade ao frio, pele seca, queda de cabelo, baixa frequência cardíaca, aumento de peso, cãibras e rigidez muscular são os principais sintomas de quem sofre de hipotiroidismo.


Mas não é apenas a saúde física que é afetada. A sintomatologia de quadros depressivos também pode ser habitual em quadros de hipotiroidismo. Nalguns casos, pode até, "numa fase mais inicial, confundir-se com depressão".




Contudo, como alerta Rui Nogueira, “a esta doença estão associados outros sinais que nos levam a um diagnóstico mais exato, o mero quadro depressivo não nos indica alterações na tiroide”.


O diagnóstico e o seguimento destes doentes acontece, de forma frequente, nos cuidados de saúde primários. “O tratamento consiste sobretudo em administrar a hormona que está em falta, logo, não é necessário encaminhar o utente para o endocrinologista”, garante Rui Nogueira.


A referenciação para Endocrinologia é necessária nos casos mais complexos e quando se detetam nódulos que exijam uma análise mais específica, para se despistar a possibilidade de cancro da tiroide.

"Pensar na possibilidade de ser hipotiroidismo" 

Em suma, Rui Nogueira diz que a melhor forma de se diagnosticar o hipotiroidismo numa fase precoce, evitando-se complicações major, é pedir o doseamento de TSH sempre que possa haver alguma suspeita ou em grupos de risco, como as grávidas. E, sobretudo, “pensar na possibilidade de ser hipotiroidismo, porque só assim se vão tomar as decisões necessárias para se diagnosticar”.


Atualmente, os tratamentos realizados apresentam uma elevada taxa de sucesso, em que os doentes assistem a uma melhoria significativa da sua qualidade de vida. Contudo, quando não tratado, “o hipotiroidismo pode ter complicações sérias", acrescenta.

Nesse sentido, o médico considera necessário informar e alertar também a população para os sinais a que devem estar atentos, "para pedirem ajuda o mais cedo possível". Quanto à escolha do tratamento, "depende da gravidade da doença, da idade e da existência de outras condições clínicas".



A notícia completa pode ser lida na edição de outubro do Jornal Médico dos cuidados de saúde primários.

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