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Prescrição de exercício físico: «Só a caminhada não é suficiente»

É já este sábado que decorrem as IX Jornadas Médico Ativo, Paciente Ativo (MAPA), na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa. Mais uma vez se alerta para a relevância da prática regular de exercício físico (EF) que “não se deve cingir à caminhada”, como realça Rodrigo Ruivo, diretor do Centro Exercício e Formação Clínica das Conchas e membro da comissão organizadora.

"Princípio da individualidade e da progressividade"

"O aconselhamento breve dos utentes a fazerem caminhadas para serem mais ativos é prática comum, mas já não é suficiente", assegura o docente da Escola Superior de Desporto de Rio Maior e autor do "Manual de Avaliação e Prescrição de Exercício".

Em declarações à Just News, faz questão de referir que "caminhar é sempre melhor do que não praticar qualquer atividade ou exercício físico". Contudo, salienta: "Cada vez mais, a evidência científica releva os inúmeros benefícios que se conseguem através de intensidades de esforço mais elevadas e da prática de treino de força."

E acrescenta: "Obviamente, o princípio da individualidade e da progressividade deverão também ser sempre tidos em consideração no aconselhamento.”


Rodrigo Ruivo

Prova destes benefícios é o aumento do número de iniciativas e de pessoas que deixaram uma vida sedentária. “A prática de exercício físico supervisionada está mais acessível à população, o que se deve a atividades dinamizadas pelas autarquias e às academias de fitness e saúde com preços mais baixos”, salientou o fisiologista do exercício.

Nos últimos anos já se começam assim a ver alguns frutos das várias mensagens de promoção da saúde. “Ainda existe algum caminho a percorrer, mas estamos melhor, existindo inclusive consultas de aconselhamento nos cuidados de saúde primários.”

Os próprios profissionais de saúde também já são mais ativos. “Em 9 anos das Jornadas MAPA, a comissão organizadora regista que há mais médicos interessados nesta área. Os próprios estudantes de Medicina têm outra visão e praticam exercício de forma regular.”



Exercício na doença oncológica

No evento, uma das temáticas que se destaca é “Como realmente associar Exercício e Saúde?”, que será desenvolvida precisamente por Rodrigo Ruivo. “Por um lado, o objetivo é que as pessoas saudáveis sejam ativas para prevenirem a doença e sentirem um maior bem-estar e qualidade de vida; por outro, quem sofre de algum tipo de patologia também pode beneficiar da prática de exercício.”

E dá exemplos: “Existe evidência científica de que o EF tem um impacto hipotensor crónico, permitindo maior controlo da pressão arterial e quem tem diabetes tipo 2 também consegue otimizar o controlo metabólico.”

Outra área da Medicina que ainda tem de ser mais desbravada é a Oncologia. “De facto, estudos indicam que os doentes oncológicos que praticam exercício adaptado à sua condição, e sob orientação de uma equipa interdisciplinar, têm melhor qualidade de vida, melhorando a sua autoestima e bem-estar psicológico.”


Elementos da Comissão Organizadora das Jornadas com alguns dos oradores da última edição

No evento abordar-se-á esta e outras temáticas, como a referenciação em Medicina Desportiva, a promoção de atividade física nos cuidados de saúde primários, estratégias comportamentais e os riscos/benefícios cardiovasculares do exercício físico extremo.

De manhã irão decorrer ainda dois workshops sobre “Exercício clínico para a coluna lombar” e “Exercício físico para a hipertensão arterial” e, de tarde, o médico Arnaldo Abrantes vai partilhar a sua experiência pessoal de como conciliar duas atividades tão exigentes, como foi o curso de Medicina e ser atleta de alta competição,

Os participantes nas Jornadas podem ainda experimentar uma sessão prática de Pilates Clínico ou de HIIT (High intensity interval training).

Construção de "pontes e sinergias"

Rodrigo Ruivo espera que esta seja mais uma iniciativa para “a criação de pontes e sinergias entre médicos e fisiologistas do exercício”.

E pretende que se consiga novamente transmitir de forma clara uma mensagem importante: “Não é necessário muito tempo para se se conseguir uma melhoria significativa da qualidade, conseguem-se benefícios apenas com 2 ou 3 sessões semanais de 30 minutos.”

As Jornadas, organizadas pela Clínica das Conchas, contam com o apoio das associações de estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e da Nova Medical School - Faculdade de Ciências Médicas, assim como do Núcleo de Estudantes de Medicina da Associação Académica de Coimbra, da Associação Nacional de Estudantes de Medicina e da Faculdade de Educação Física e Desporto da Universidade Lusófona.

Podem ser consultadas mais informações aqui.


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