Cuidados paliativos: estar presente «nem sempre é fácil»
“A morte faz parte da vida. Não se pode pensar que o médico ou o enfermeiro falharam quando o doente morre. O importante é acompanhá-lo até ao fim.", afirma Carol Gouveia Melo, vice-presidente da AMARA – Associação pela Dignidade na Vida e na Morte, no dia em que se assinala o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos.
Na sua opinião, "estar presente é essencial, mas nem sempre é fácil, porque os receios que o doente tem em relação à morte são os mesmos do profissional de saúde que o acompanha”.
Em declarações à Just News, Carol Gouveia Melo salienta que ainda falta muita formação nesta área e acredita que deve ser uma aposta a ter-se em conta quando se está diariamente com doentes. “O ideal é haver uma boa preparação para se saber lidar com toda a componente emocional que exige olhar para um paciente e saber que a sua doença não tem cura. Ele precisa de se sentir apoiado e acompanhado pelo seu médico até ao momento final”, frisa.
E acrescenta: “Os profissionais de saúde não estão, na maioria das vezes, preparados, para enfrentar este tipo de situações, o que é compreensível. Não é uma questão de serem insensíveis. Simplesmente falta formação.”
Nesse sentido, a AMARA organiza ações de formação onde os profissionais de saúde podem “aprender a lidar melhor com as emoções nestes momentos difíceis e partilhar experiências.”
Dignidade na vida e na morte
Fundada em finais de 2003, a AMARA é uma associação sem fins lucrativos que visa "ajudar as pessoas em fim de vida, seus familiares e pessoas próximas, aconselhando-as por forma a encontrar um sentido para a vida, minorar o sofrimento, proporcionar condições de dignidade na vida e na morte". Procura também contribuir para modificar a visão que a sociedade tem da morte, "ajudando a que esta seja encarada como parte do processo natural que é a vida".
Entre as ações que desenvolve, a AMARA forma e acompanha voluntários, "que queiram e se sintam capazes de acompanhar - preferencialmente integrados em equipas de Cuidados Paliativos juntamente com médicos, enfermeiros e outros acompanhantes - pessoas em situação terminal ou em fim de vida, seus familiares ou amigos, ou individualmente."
Contactos:
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