Cancro da cabeça e pescoço mobilizou ORL e Medicina Nuclear do IPO Lisboa
Os avanços tecnológicos e a necessidade de uma permanente atualização em tudo o que diz respeito ao diagnóstico e tratamento do cancro da cabeça e pescoço incentivaram a realização do 1.º Simpósio Internacional "Biópsia do Gânglio Sentinela no Cancro da Cabeça e Pescoço", organizado pelo Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil (IPOLFG).
Objetivo final: "a diminuição da morbilidade"
Pese embora se trate de um tema em debate permanente e que impõe dificuldades técnicas específicas, a tónica da sessão de abertura deste evento, que decorreu recentemente, foi para a política e estratégia de multidisciplinaridade promovida pelo IPOLFG, que procurou assim promover uma reflexão conjunta sobre o tema.
Miguel Magalhães, diretor do Serviço de Otorrinolaringologia do IPOLGF, realçou a colaboração com o Serviço de Medicina Nuclear no combate a esta doença, realçando que a missão deste simpósio passou por “aumentar o interesse no desenvolvimento e implementação de novas técnicas”, tendo como objetivo final “a diminuição da morbilidade dos nossos doentes”.
O especialista salientou ainda o papel de Nuno Santiago, primeiro diretor do Serviço de ORL, na formação técnica de otorrinolaringologistas e cirurgiões da cabeça e pescoço, elogiando ainda o caminho de autonomia escolhido e que permitiu “avanços que nunca teriam sido possíveis”. A este propósito, expressou ainda um desejo:
“Estou certo de que será este espírito que nos impulsionará para que, no futuro, possamos vir aqui falar de cirurgia robótica, que tanto desejamos que venha a ser uma realidade.”
Lucília Salgado e Miguel Magalhães.
Uma cultura que é “fundamental”
Lucília Salgado, diretora do Serviço de Medicina Nuclear do IPOLFG, admitiu que a concretização deste simpósio veio permitir “elevar a visibilidade do tema e fazer subir a fasquia da responsabilidade entre pares”. E sublinhou que a sua organização, envolvendo a Otorrinolaringologia e a Medicina Nuclear, só foi possível pela “cultura de multidisciplinaridade dos seus elementos”, que classificou como “fundamental”.
A médica aproveitou ainda para lembrar “o legado pioneiro e de vanguarda” da médica Maria do Rosário Vieira, que a antecedeu na Direção do Serviço de Medicina Nuclear e que, “numa especialidade altamente tecnológica, nunca prescindiu do sentido clínico e de uma abordagem multidisciplinar”.
Por último, fez referência a todos os profissionais de Medicina Nuclear, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, pela sua competência dedicação e caráter, “fatores que diferenciam o trabalho executado diariamente e em que, apesar das dificuldades tecnológicas e de gestão, o fator humano continua a ser determinante na assistência”.
"a forma ideal de trabalhar”
Já João Oliveira, diretor clínico do IPOLFG salientou a importância de reuniões que procurem debater e divulgar boas práticas, promovendo melhores cuidados aos doentes.
João Oliveira.
“A abordagem dos doentes com patologia da cabeça e pescoço é um dos principais esteios do funcionamento do IPOFG. Desde sempre e mantendo-se nos dias de hoje. Esta forma de trabalhar em conjunto sempre foi política desde que aqui cheguei e a maneira como praticamos a multidisciplinaridade é a forma ideal de trabalhar”, sublinhou.
Multidisciplinaridade: "uma marca do IPO"
A terminar, Francisco Ramos, presidente do Conselho de Administração do IPOLFG, mostrou-se satisfeito com o clima de cooperação e dinamismo vivido pela instituição, recordando que a missão do Instituto não se resume a tratar doentes.
Francisco Ramos.
“Um ponto essencial do nosso trabalho é aumentar o conhecimento, partilhá-lo e procurar inovação nas terapêuticas e tecnologias que temos à nossa disposição. Temo-lo conseguido e, apesar das restrições, encontramos recursos para promover estas iniciativas, que são fruto do trabalho pessoal das respetivas equipas”, afirmou o responsável.
Francisco Ramos insistiu ainda na tónica da multidisciplinaridade, "uma marca do IPO que os seus profissionais querem desenvolver e aperfeiçoar".