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Caminhadas da USF ARS Médica motivam utentes com 80 anos para mais exercício físico

Nos primeiros sábados de cada mês, um grupo de dezenas de utentes da USF ARS Médica do ACES Loures/Odivelas faz uma caminhada com os profissionais de saúde.

A iniciativa “Santo António em Movimento” decorreu, pela primeira vez, há 3 anos e meio e desde então não parou, faça sol ou chuva. A maioria dos utentes tem 80 ou mais anos.

Em maio de 2016, a USF ARS Médica, em Santo António dos Cavaleiros (Loures), organizou a primeira de muitas caminhadas com utentes, nas quais participam médicos, enfermeiros e secretários clínicos. O percurso, por vontade dos utentes, é sempre o mesmo: da USF ao Parque da Cidade de Loures, o que corresponde a cerca de 5 km.



“O objetivo é diminuir o isolamento da população idosa, estimulando-a para o exercício físico”, diz Rute Marques, interna de formação específica de Medicina Geral e Familiar (MGF) na USF.

Apesar de ter integrado apenas a equipa em 2017, envolveu-se de imediato nesta dinâmica. “A atividade com a comunidade permite aprimorar a relação entre os profissionais de saúde e os utentes, porque não nos ficamos apenas no exercício físico mas também em esclarecer dúvidas ou a organizar, em datas comemorativas, outras atividades e rastreios.”

Como faz questão de salientar, “a iniciativa permite entender o utente como um todo, já que interagimos uns com os outros; é uma forma de a promoção em saúde poder dar frutos”.

E os resultados estão à vista. Ao fim de 3 anos, um grupo de 15 utentes mantém-se fiel à caminhada, mesmo nos dias frios e de chuva. “É impressionante, mas vêm com muita vontade e, por vezes, também convidam os netos, os filhos…", refere Rute Marques.



A médica sublinha que "qualquer pessoa pode participar", adiantando que, "por isso, até já contámos com a presença de pessoas de outras unidades de saúde.”

No estado de saúde global também se notam mudanças. “Costumamos realizar inquéritos e muitos falam em melhorias, sobretudo quem sofre de hipertensão ou de diabetes. Daí que, algumas destas pessoas se juntem nos outros dias do mês para fazerem a mesma caminhada.”

Na opinião da médica, o sucesso passa também pela participação de diferentes grupos profissionais, como médicos, enfermeiros e secretários clínicos.


Algumas das enfermeiras que integram a equipa de profissionais de saúde que acompanham os utentes: Vicência Vale, Filomena Veiga, Sandra Ascensão e Filomena Figueiredo

Um impulso para mais atividade física

Quem participa de forma ativa na caminhada desde o primeiro dia é a médica de família Maria José Silva, que, em 2016, era a coordenadora da USF ARS Médica. A sua participação é importante, mas, garante:

“Sem o dinamismo e a determinação do restante grupo, tal não seria possível. São médicos e internos, enfermeiros e secretários clínicos – alguns estão na comunidade há mais de 20 anos – que são muito respeitados e queridos pelos utentes, o que acaba por fazer a diferença em termos de adesão.”

Maria José Silva considera que o objetivo central está a ser cumprido. “Alertar a população para os benefícios da atividade física regular, combatendo o sedentarismo, procurando ter uma vida mais saudável.”



Segundo a médica, “quem já faz esta caminhada noutros dias – alguns, duas ou três vezes por semana – confessam-nos que se sentem muito melhor”. Numa região multicultural, o convívio e a partilha entre todos é outra das vantagens.

E as caminhadas acabaram por trazer outras atividades a pensar na educação para a saúde, ao levar à criação do Grupo Criativo das Iniciativas.

“Surgiu pouco tempo depois por questões de organização e, desde então, já comemorámos os dias da Mulher, do Enfermeiro de Família, do Médico de Família, da Lavagem das Mãos, entre outros.”

Um dos que considerou mais importantes foi o Dia do Idoso. “Foi, sem dúvida, o mais marcante, porque quisemos chegar a uma população mais fragilizada, solitária e carente. Uma enfermeira e uma utente cantaram o fado, uma utente escreveu e declamou poemas e tivemos a participação do Grupo Etnográfico da Universidade Sénior de Loures.” Em suma: “Foi um estímulo para todos nós.”


Rosália Bagulho, Maria José Silva, Rute Marques, Bruno Pinto, um dos médicos que participa de forma assídua nas caminhadas

Secretária Clínica é “o motor desta iniciativa”

Figura-chave no sucesso das caminhadas é a secretária clínica Rosália Bagulho, de acordo com Maria José Silva. “É o motor desta iniciativa, a grande responsável pela divulgação na página do Facebook, enviando convites, ou no contacto direto no Balcão de Atendimento. Além dos pósteres e dos folhetos informativos.”

Como acrescenta: “Os secretários clínicos são o primeiro contacto com o utente, estando assim numa posição privilegiada para convidar e incentivar os utentes. Quando estes profissionais são dinâmicos e interessados, todo o nosso trabalho é facilitado.”

Para Rosália Bagulho, esta é uma das “inúmeras funções” dos secretários clínicos. “Tudo o que fazemos tem impacto na equipa e nos utentes e uma das nossas competências mais importantes é conhecer a população da USF e interagir com todos.”

Apesar do seu papel na divulgação, considera que “o apoio da equipa é essencial para um projeto destas dimensões”.

Os frutos são assim para os utentes, que veem o seu estado de saúde melhorar, mas também para os profissionais. Como conclui Rute Marques: “Este dinamismo com a comunidade tem sido muito relevante no meu desenvolvimento como médica e como pessoa.”


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