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Opinião

«Nós, internistas, envolvidos na prevenção e tratamento da diabetes...»


Alda Jordão

Coordenadora do Hospital de Dia Polivalente, Medicina III, Hospital Pulido Valente, CHULN. FMUL.



Encaro a diabetes como uma doença sistémica e, por isso, capaz de apaixonar o especialista em Medicina Interna.

Nós internistas, envolvidos na prevenção e tratamento, queremos evitar as complicações e proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas com diabetes. Distingue-nos a facilidade em lidar com as complicações e comorbilidades, em todos os cenários onde precisam de nós, da emergência à hospitalização convencional, de dia e domiciliária.

Integrados em equipas multidisciplinares, nos grandes centros de referência que disponibilizam as tecnologias mais recentes. Mas capazes de actuar em locais geográfica ou socialmente isolados, agora com apoio da telemedicina.

Aprendemos ao lado dos mais experientes. Então, se já tínhamos mestres, por que razão se formou há 30 anos o NEDM? Não fiz parte do grupo fundador, mas sei que por todo o país já se tinham desenvolvido equipas dedicadas, mas sem reconhecimento pelo seu trabalho.

Era preciso reunir, desenvolver formação adequada e apoio à investigação clínica. Neste núcleo de pessoas excelentes, acompanhei um enorme progresso. Juntámo-nos, estruturámos um programa de formação reconhecido, que continua hoje a ser desenvolvido de forma inovadora.

Alda Jordão

Somos vistos e conseguimos posição interpares. Procuramos os melhores centros para proporcionar estágios aos internos. Sonhamos com a cura da diabetes (ou, pelo menos, a entrada em remissão…), embora continuemos a ter pouco tempo para nos dedicarmos à investigação clínica e fundamental.

Por iniciativa do NEDM, um grupo de trabalho juntou membros da SPMI e da SPD para redigir recomendações conjuntas de ambas as sociedades acerca da abordagem da hiperglicemia no internamento hospitalar, com publicação simultânea, em 2015, na Revista Portuguesa de Diabetes e na Revista Medicina Interna. Outros projectos foram sendo discutidos, divulgados e publicados.

E o futuro? Que venham os mais novos deitar mãos à obra! Conquistar uma posição internacional, trabalhar em rede. Continuo curiosa e com vontade de aprender convosco. Partilhem o que sabem e digam o que pretendem.

Não resisto a uns “sábios” conselhos: evitem que vos suguem energia, tempo e capacidade criativa no serviço de urgência hospitalar, que é uma responsabilidade a partilhar com as outras especialidades. É preciso conseguir condições para actuar com qualidade, bem como uma remuneração adequada à nossa diferenciação técnica e científica.

Deste ponto de partida básico surgirá o engenho para a diferenciação e o desenvolvimento de projetos, em diabetologia ou no que cada um de nós desejar.

Por mim, agradeço ao NEDM tudo o que tem proporcionado e a tão ambicionada certificação em Diabetes! Sem esquecer o convívio com colegas que partilham o bichinho da diabetes, aquele gosto em dedicar o melhor do nosso tempo à relação e educação terapêutica.

Nota: por opção do autor, artigo não redigido conforme o novo acordo ortográfico.



Artigo publicado na LIVE Medicina Interna Especial dedicada ao 30.º aniversário do NEDM, editada pela Just News.

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