ULSCBeira inicia desnervação renal na Unidade de Intervenção Cardiovascular
A Unidade Local de Saúde da Cova da Beira (ULSCBEIRA) acaba de anunciar que deu "mais um passo decisivo na oferta de cuidados de saúde diferenciados" ao iniciar, recentemente, a realização do procedimento de Desnervação Renal na sua Unidade de Intervenção Cardiovascular.
É ainda adiantado que "as primeiras intervenções foram realizadas com sucesso, constituindo um marco importante na resposta à hipertensão arterial resistente na região".
"Os doentes recebem tratamento avançado perto de casa"
A implementação da Desnervação Renal na ULSCBEIRA representa, para Joana Delgado Silva, cardiologista de intervenção e responsável pelas primeiras intervenções, uma mudança estrutural na resposta aos doentes do interior do país, pois “é um passo muito relevante em termos de equidade no acesso à saúde".
Segundo a especialista, até agora, "os doentes da região com hipertensão difícil de controlar tinham de viajar para centros distantes, muitas vezes mais de 200 km, para poder realizar a Desnervação Renal. Para muitos, isso significava adiar ou até desistir de um tratamento que poderia ajudar a alcançar um melhor controlo da tensão arterial.”
A médica acrescenta ainda que “com a disponibilização deste procedimento na Cova da Beira, os doentes recebem tratamento avançado perto de casa e evitam deslocações longas, custos de transporte e impacto familiar. Mostra que um hospital do interior pode oferecer tecnologia e inovação ao nível dos grandes centros nacionais. Mais do que um novo procedimento, isto significa levar cuidados de saúde de elevada diferenciação a quem deles necessita, independentemente do local onde vive.”
"Consolidar a equidade no acesso aos cuidados de saúde"
Alguns dos doentes já intervencionados com esta técnica foram referenciados por Manuel de Carvalho Rodrigues, cardiologista da ULSCBEIRA com vasta experiência na área da hipertensão arterial.
De acordo com o médico, “a Desnervação Renal é dirigida a casos bem definidos de hipertensão arterial resistente, após confirmação rigorosa do cumprimento terapêutico e exclusão de causas secundárias. Depois de garantirmos que toda a medicação em curso, e o seu completo e rigoroso cumprimento, não permite que o doente alcance valores tensionais normalizados, a Desnervação Renal é, na realidade, a única ferramenta de que dispomos para alcançarmos tais valores.”
Manuel de Carvalho Rodrigues sublinha ainda, que “apesar da baixa prevalência da hipertensão verdadeiramente resistente, existe um número significativo de doentes não controlados, mesmo sob múltiplas terapêuticas, para quem este procedimento pode ser fundamental.”
Ao iniciar a realização da Desnervação Renal, a ULSCBEIRA integra agora o grupo de centros nacionais que disponibilizam esta terapêutica inovadora. Trata-se de um investimento que "reforça a capacidade assistencial da região e consolida o compromisso da instituição com a inovação e a equidade no acesso aos cuidados de saúde", salienta a unidade.
"Reduzir a tensão arterial de forma mais consistente ao longo do dia"
A ULSCBEIRA esclarece ainda que a Desnervação Renal é um procedimento minimamente invasivo, "destinado ao tratamento da hipertensão arterial difícil de controlar, particularmente em doentes que mantêm valores tensionais elevados apesar da utilização de várias classes de fármacos anti-hipertensores. A técnica atua diretamente sobre os nervos do sistema nervoso simpático que circundam as artérias renais, responsáveis por transmitir aos rins sinais que contribuem de forma persistente para a elevação da pressão arterial."
E lembra que se trata de "um procedimento seguro, com alta habitualmente no dia seguinte". E, embora não substitua a medicação, constitui "uma ferramenta adicional capaz de reduzir a tensão arterial de forma mais consistente ao longo do dia e com menos picos e variações, algo difícil de alcançar apenas com tratamento farmacológico".


