Sociedade Portuguesa de Medicina Interna inaugura centro de formação
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), que comemora este mês o seu 63º aniversário, inaugura no dia 18 de dezembro, às 18h, na sua sede, o novo centro de formação, criado a pensar nos 902 internos em formação que esta especialidade tem atualmente.
A sessão de inauguração contará com a participação de Paulo Macedo, ministro da Saúde, Francisco George, diretor-geral de Saúde e José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos.
Para Luís Campos, vice-presidente (sul) da SPMI, que dará uma conferência sobre o papel da Medicina Interna no futuro da medicina, são dois os fenómenos que, hoje em dia, levam "a que a vocação holística da Medicina Interna assuma cada vez mais importância no âmbito dos cuidados médicos: a população está cada vez mais envelhecida, e isso induz o aumento das doenças crónicas na população em geral e dos doentes com co-morbilidades (várias doenças em simultâneo). Por outro lado, a medicina segue um caminho de hiperespecialização que, apesar de ser inexorável, caminha em sentido contrário às necessidades reais desta população envelhecida, com várias doenças em simultâneo”.
Na sua opinião, "o internista é médico assistente do doente adulto, está para os adultos como os pediatras estão para crianças e, nesse papel, assume-se como uma espécie de maestro dos cuidados de saúde, um orientador do doente, coordenando o processo diagnóstico e a intervenção dos outros especialistas. O internista está particularmente vocacionado para as doenças sistémicas, para os diagnósticos difíceis e para os doentes crónicos com multipatologias."
Luís Campos considera ainda que “a Medicina interna está preparada para um papel de liderança na articulação com os cuidados primários que permita inverter a forma fragmentada, descontínua, reativa e baseada nos episódios agudos, através das urgências, que tem caracterizado os cuidados aos doentes crónicos em Portugal".
O médico, que é também presidente do Conselho Nacional para Qualidade em Saúde, acrescenta que "a visão holística que o internista tem dos doentes e dos problemas vocacionam-no para fazer a ponte com outras áreas não assistenciais do sistema de saúde como sejam a gestão, a qualidade, a segurança do doente, a Medicina Baseada na Evidência, a elaboração de protocolos, os sistemas de informação, entre outras".
Relativamente ao novo centro de formação, Manuel Teixeira Veríssimo, presidente da SPMI, afirma que "é um espaço que materializa o esforço e investimento que a SPMI tem vindo a fazer nos jovens médicos e nos internos da especialidade. Acreditamos que o internista é o médico do futuro e, por isso, assumimos como uma das nossas principais missões a formação científica e clínica das novas gerações de médicos”.
Além do novo centro de formação, serão apresentadas aos sócios da SPMI as renovações efetuadas na sede, que se situa na Rua da Tobis Portuguesa, em Lisboa.