Simpósio aborda o papel dos Cuidados Paliativos em diversas especialidades
A Equipa Intra-Hospitalar de Suporte de Cuidados Paliativos (EIHSCP) do Hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães, assinala dois anos de atividade no próximo dia 4 de novembro, organizando, nesse dia, o I Simpósio de Cuidados Paliativos.
O evento, com início às 14h30, decorrerá no auditório da unidade hospitalar e conta com a intervenção de variados especialistas, que darão as suas perspetivas quanto ao papel da EIHSCP em Oncologia, Pneumologia, Cirurgia Geral, Neurologia, Medicina Interna e no âmbito dos cuidados de Enfermagem.
Trabalho em equipa "é fundamental"
A coordenadora da Equipa, Celeste Gonçalves, explica que "os cuidados paliativos centram-se no apoio ao doente e sua família por uma equipa multidisciplinar, com uma abordagem holística (biopsicossocial, cultural e ainda espiritual)".
Refere a responsável que o apoio prestado "é essencialmente em doenças que podem ser potencialmente fatais, mas não interferimos nos cuidados curativos. Controlamos os sintomas da doença, proporcionando qualidade de vida enquanto o doente luta contra a mesma. Não pretendemos prolongar a vida, mas sim dar-lhe a maior qualidade possível. Como tal, consideramos a morte um fenómeno natural, sem pretender retardá-la ou acelerá-la."
Celeste Gonçalves sublinha ainda que "temos sempre em atenção todo o núcleo familiar (doente, cuidador e família), muitas vezes continuando os cuidados para além da morte, com apoio no luto. Por isso o trabalho em equipa é fundamental".
"Acrescentar vida aos dias e não dias à vida"
Segundo dados divulgados pelo Centro Hospitalar do Alto Ave (CHAA), em 2014 a EIHSCP seguiu 315 doentes, tendo feito 1857 visitas aos mesmos. No primeiro ano de atividade realizou 549 consultas externas. A equipa é constituída por três médicas, duas enfermeiras, uma assistente social, uma psicóloga e ainda pelo capelão do Hospital.
O apoio "é dado essencialmente a doenças oncológicas, doenças neurológicas degenerativas (ELA, Esclerose Múltipla terminal), doenças pulmonares terminais (Bronquite ou Enfisema terminal) e a doenças cardíacas terminais", refere o CHAA.
O objetivo final, afirma Celeste Gonçalves, é "proporcionar qualidade de vida doente, controlando o sofrimento físico e espiritual. Os cuidados paliativos acompanham o doente e a sua família no processo de viver o fim de vida e não meramente no processo de morrer. Daí a nossa máxima de ´Acrescentar vida aos dias e não dias à vida`".
O programa completo pode ser consultado aqui.