Projeto pioneiro de validação da qualidade do Serviço Social no SNS envolve hospitais e ACES

Uma equipa de investigadores do ISCTE, em colaboração com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), está a desenvolver um projeto que tem como objetivo "validar indicadores de qualidade em Serviço Social no SNS".

"Melhoria dos cuidados sociais ao cidadão"

"O que pretendemos é uniformizar o modo como é desenvolvido o Serviço Social na saúde, no SNS, independentemente do local e dos recursos existentes", explica à Just News uma das investigadoras, Inês Espírito Santo, assistente social no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC).

O propósito é, portanto, estabelecer um padrão de qualidade no Serviço Social da saúde, procurando assegurar que "nenhuma unidade de saúde/assistente social preste cuidados sociais abaixo desse nível mínimo".

Inês Espírito Santo reconhece que o projeto representa "um enorme desafio", mas considera ser também "uma necessidade, quer pelo reflexo na melhoria dos cuidados sociais ao cidadão, quer pela inerente necessidade de refletir sobre o exercício profissional dos assistentes sociais na saúde". 


Inês Espírito Santo, Jorge Ferreira e Patrícia Barbosa: os três investigadores do ISCTE que estão a desenvolver o projeto

"Abrangência nacional"

Em declarações à Just News, Patrícia Barbosa, que integra a equipa de investigadores do ISCTE, faz questão de destacar "a importância da ACSS ter acreditado no projeto, tendo estabelecido uma parceria para a validação num conjunto de unidades de saúde (hospitais e ACES), selecionados em conjunto".

E como é que essas unidades receberam a ideia? "Em geral, aceitaram bem o projeto, considerando-o pertinente e necessário, definindo a sua equipa e o intermediário que terá um contacto de maior proximidade com a equipa do projeto. Serão eles a realizar uma autoavaliação, posteriormente acompanhada pelos investigadores."

Qual o propósito final? "Que uma pessoa que recorra, por exemplo, ao CHULN ou à ULS da Guarda tenha acesso a um padrão de cuidados sociais face às suas necessidades e/ou vulnerabilidades".

O projeto envolve, assim, unidades de saúde de todo o país. Jorge Ferreira, docente e investigador no ISCTE, adianta onde está a ser implementado:

"Centro Hospitalar Universitário de São João e ACES Porto Oriental, a ULS da Guarda, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) e o ACES Lisboa Norte, o Hospital do Espírito Santo de Évora e Centro Hospitalar Universitário do Algarve."

Desta forma, acrescenta, "garantimos uma abrangência nacional, numa tentativa de padronizar os indicadores de qualidade e uniformizar a prestação do Serviço Social na Saúde."

"Um Serviço Social orientado para os doentes"


De acordo com Patrícia Barbosa, "esta fase do projeto terminará no final de 2023", adiantando que haverá depois "uma apresentação dos resultados, onde se incluem as guidelines de qualidade em Serviço Social na saúde, construídas a partir dos indicadores validados".

Essas linhas de orientação serão "muito úteis para os assistentes sociais e beneficiários do SNS em relação ao cuidado social em determinadas circunstâncias clínicas e sociais", indica Inês Espírito Santo.

Na sua opinião, "pode ser considerada como uma estratégia de equidade que impulsiona, tanto os assistentes sociais da saúde como os cidadãos utilizadores dos seus serviços, a uma prática com maior transparência baseada na melhor evidência possível".

E sublinha: "Trata-se de um Serviço Social orientado para os doentes,  mais do que orientado para as doenças, que poderá trazer mais e melhores ganhos em saúde."

Serviço Social no processo de acreditação hospitalar


O projeto teve a sua origem no trabalho de investigação de Inês Espírito Santo, desenvolvido no âmbito do seu doutoramento em Serviço Social no ISCTE, em 2015, com o tema “O processo de acreditação hospitalar – desafios na prática profissional dos assistentes sociais”.

Posteriormente, "e a partir do ano 2017 iniciou-se o processo de adaptação e validação dos indicadores de qualidade, recorrendo-se a focus group e contando com o apoio de peritos de várias entidades, como a ACSS, Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar (APDH) e Administrações Regionais de Saúde".



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