Época de gripe pode aumentar a entrada de falsos casos de ébola nas urgências
O início da época da gripe, uma doença que provoca febre e má disposição, sintomas comuns à infeção por ébola, pode aumentar as entradas nas urgências de pessoas com medo de estarem infetadas com ébola, pelo que é fundamental aumentar as campanhas educação e informação da população sobre esta doença. O alerta é lançado pelo Núcleo de Estudos de Urgência e do Doente Agudo (NEUrgMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.
Maria da Luz Brazão, coordenadora do NEUrgMI, defende que a prevenção deve ser a palavra de ordem em todos os serviços de urgência, o que inclui a elaboração de um Plano de Contingência por parte de todas as unidades de saúde com este tipo de serviços.
Este plano, deve, segundo a especialista, incluir uma formação para todos os funcionários da urgência sobre os seguintes aspetos:
- O que é a doença como se transmite e como se previne;
- O que é um caso suspeito ou provável e caso confirmado;
- Saber como se proteger e incidir na formação sobre Equipamentos de Proteção Individual (EPIs);
- Esclarecimentos sobre o circuito do doente. Neste ponto é fundamental o isolamento do doente e acompanhantes.
A internista afirma ainda que “não deve haver pânico, mas sim alerta, por isso é importante alimentar a importância da formação prática sobre o ébola, saber utilizar os EPIs – treinando a forma de vestir e, especialmente, de despir o fato de proteção, utilizando vídeos, cumprir sempre os protocolos de circuito do doente e seguir as normas do Programa de Prevenção e Controle de infeção e Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA)”.
Relativamente ao número de hospitais selecionados para lidar com os doentes infetados, a coordenadora do NEUrgMI considera que são suficientes, mas realça que “é importante que todos os hospitais tenham o seu plano de contingência no qual esteja bem estabelecido o que fazer perante a recorrência a esse mesmo hospital de um caso suspeito que não se tenha dirigido ao hospital de referência mais próximo.”
Nesta fase, o essencial é informar, para evitar o pânico afirma Maria da Luz Brazão. “É fundamental a educação e informação da população através dos meios de comunicação social: O que é a doença pelo vírus Ébola (DVE), como se transmite e como se previne e o que devem fazer em caso de contacto com pessoa infetada.”, afirma a especialista.