Paulo Macedo afirma que o Governo não foi além da Troika na redução da despesa nos hospitais
O Ministro da Saúde, Paulo Macedo, referiu hoje que a ideia de que o Governo português foi além das metas da troika não é correta e que o facto de alguns hospitais não terem as dividas vencidas a zero é a maior prova disso.
Ao falar durante a abertura da 3.ª Conferência TSF/Abbvie, que se realizou no Centro Cultural de Belém, Paulo Macedo garantiu que o seu ministério “não fez cortes cegos” e enalteceu aqueles que foram feitos, dando como exemplo o combate às “fraudes, ao desperdício e às rendas excessivas”.
E observa: “Para cumprir as metas da Troika, os governos teriam de ajustar os orçamentos dos hospitais, ou seja, cortar, e, admitindo que não ia contrair mais impostos ou obter nova divida, reduzir a despesa.”
O aumento das taxas moderadoras foi, de acordo com o ministro, outra das falhas para o alcance da meta, uma vez que ficou aquém dos objetivos.
A 3.ª Conferência TSF/Abbvie teve como objetivo promover a discussão em torno da busca da “Sustentabilidade na Saúde” em Portugal, pretendendo fazer uma ligação direta entre saúde e economia.
Além da intervenção do ministro da Saúde, foram ainda promovidos dois debates sobre o tema, e apresentado um estudo pioneiro, realizado pelo ISEGI, que analisou a despesa e o investimento e que concluiu que, com a atual estrutura de financiamento, por cada euro investido em saúde, deverá existir um retorno imediato de 46 cêntimos no Produto Interno Bruto.
A iniciativa contou com a participação de Pedro Simões Coelho, do ISEGI, Maria Antonieta Almeida Santos, deputada parlamentar do Partido Socialista, Ricardo Baptista Leite, deputado parlamentar do Partido Social-Democrata, Maria do Céu Machado, diretora clínica do CHLN, Adalberto Campos Fernandes, professor da Escola Nacional de Saúde Pública, Augusto Faustino, reumatologista, e Agostinho Branquinho, secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, foi o responsável pelo encerramento. A moderação foi feita pelos jornalistas da TSF Sofia Morais e Hugo Neutel.