Osteoporose, doenças osteoarticulares e obesidade: doenças que mais afetam as idosas

Na semana em que se assinala o Dia Internacional da Mulher, o Núcleo de Estudos de Geriatria (GERMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) lembra que as doenças que mais atingem as mulheres idosas são a osteoporose, doenças osteoarticulares, artroses e obesidade.

Com uma esperança média de vida de 82,79 anos (mais 6 anos do que os homens) as portuguesas idosas estão em maioria nos internamentos dos hospitais, geralmente devido a complicações associadas a infeções respiratórias, doença coronária, AVC, insuficiência cardíaca e tumores. Estes problemas de saúde estão diretamente relacionados com a condição económica.

“As idosas com melhor situação económica têm geralmente menos problemas de saúde e problemas de saúde menos graves do que as mulheres mais pobres. As centenárias são geralmente mulheres ricas e que levam uma vida ativa”, explica João Gorjão Clara, coordenador do GERMI, internista e cardiologista.

Perante esta realidade, João Gorjão Clara considera ser premente “aumentar a quantidade de serviços de cuidados continuados, assim como a promoção de campanhas que estimulem a prática de uma alimentação saudável, atividade intelectual e exercício físico junto da população idosa. É preciso ler, conviver e não se desligar da realidade”.

O especialista em geriatria defende também a necessidade de “desenvolver programas de saúde especificamente orientados para a terceira idade, como por exemplo o ProFound, um programa europeu de prevenção de quedas e de promoção do envelhecimento ativo, que poderá vir a ser implementado em Lisboa”.

O coordenador do GERMI afirma também que, em Portugal, ainda há um longo caminho a percorrer até se conseguir que a Geriatria seja vista como peça-chave no tratamento dos mais velhos. “Nem todas as pessoas de idade avançada são pacientes geriátricos. Trata-se de uma falsa ideia”.

Dos idosos internados, estima-se que sejam 15 por cento aqueles que necessitam de cuidados em unidades de Geriatria. "Mas todos eles têm particularidades que condicionam as manifestações clínicas, a estratégia diagnóstica, as opções terapêuticas. Para estes também é preciso atualizar conhecimentos, otimizar a intervenção médica”.

Refere também que “a aposta na Geriatria traria vantagens também a médio, longo prazo, porque os doentes teriam uma melhor qualidade de vida e, paralelamente, o Serviço Nacional de Saúde teria menos (re) internamentos, menor agudização de doenças que exigem vários cuidados, menos gastos.”

A 1.ª Reunião do GERMI terá lugar a 12 e 13 de março, no Hotel dos Templários, em Tomar. “Face à elevada procura de formação em Geriatria, esta reunião está a ser organizada de forma a poder ser útil não só aos internistas e à MGF, mas também a outros especialistas e grupos profissionais.”

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