Os internistas chegam ao diagnóstico «com menos recursos materiais»
No âmbito de uma sessão solene presidida pelo ministro da Saúde, em que se assinalou o 63.º aniversário da SPMI com a inauguração de um Centro de Formação, nas instalações renovadas da sua sede, em Lisboa, Luís Campos proferiu uma palestra subordinada ao tema "A Medicina Interna e o futuro do sistema de saúde".
Dirigindo-se aos presentes na sala, entre os quais se encontravam muitos internistas, como o próprio bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, o vice-presidente da SPMI deixou claro que, com o envelhecimento da população e o aumento dos casos de multipatologia, a Medicina Interna tem um impacto crescente no sistema de saúde.
“Os internistas têm um papel fundamental, porque olham para o doente de uma forma holística, uma maneira de trabalhar que permite melhorar a saúde da população e manter a sustentabilidade de todo o sistema de saúde”, afirmou Luís Campos.
O médico sublinhou que “todos os internistas têm uma história para contar de doentes que aparecem no consultório e que já passaram por várias especialidades sem conseguirem obter uma resposta concreta”.
A formação dos internistas permite dar resposta a diferentes situações, “já que escutamos o doente e avaliamos os seus sintomas”. Além disso, “trabalhamos em equipa e chegamos ao diagnóstico com menos recursos materiais, o que permite poupar sem pôr em causa a qualidade dos serviços prestados”.
Outra característica a salientar é a flexibilidade da especialidade. “Estamos preparados para dar respostas em diversas situações, como na urgência, em cuidados continuados integrados, cuidados paliativos e, inclusive, em emergências, como no caso da epidemia de legionela”.
Luís Campos, que vai presidir ao XXI Congresso Nacional de Medicina Interna, que terá lugar em Vilamoura, entre os próximos dias 29 e 31 de maio, subordinado ao tema “Os elos da Medicina Interna”, deixou também um apelo: “A Medicina Interna deve ser protegida pelos nossos decisores, face à sua relevância.”
