Melhorar a qualidade de vida dos doentes com patologias autoimunes
O coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), António Marinho, foi o orador convidado para a conferência de encerramento da 14th Medinterna, evento que decorre desde o dia 4 de fevereiro, na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, e que termina amanhã, sábado.
O internista da Unidade de Imunologia Clínica do Hospital de Santo António adianta que a abordagem global do doente será "a mensagem fundamental" do seu discurso, "nomeadamente como transpor o que é relevante para o médico para o que é relevante para o doente, as suas necessidades e, em especial, aquelas que não abordamos ou que não atingimos com os nossos modelos de tratamento".
Exemplos disso, acrescenta, "são a fadiga, a depressão, a medicina sexual e a preservação da fertilidade, a terapêutica individualizada e adequada às comorbilidades, a prevenção do dano cumulativo, em resumo, uma melhoria da qualidade de vida e não só da sobrevida".
António Marinho explica que "o conceito ´treat to target`, um modelo de sucesso na artrite reumatoide, tem vindo a ser introduzido nas restantes doenças sistémicas, no entanto, é muito baseado na remissão de atividade de doença, não refletindo o seu potencial de iatrogenia para a qualidade de vida do doente. A última revisão desse conceito já incluiu o alvo e a atitude terapêutica partilhada com o doente."
Adianta também que, "não menos importante", importa "descrever os avanços na escolha individualizada de terapêuticas, como biomarcadores que permitam uma maior rentabilidade dos fármacos e um menor número de efeitos laterais. ´How to improve care` é, do meu ponto de vista, a necessidade de uma medicina baseada na evidência, no custo-benefício e na melhoria da qualidade de vida."
A reunião Medinterna vai já na sua 14ª edição, sendo presidida por Carlos Dias, coordenador da Unidade de Doenças Autoimunes do Hospital de São João - Centro Hospitalar de São João.
