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Investigador português do IMM distinguido por sociedade científica americana

A Sociedade Americana de Neurofisiologia Clínica distinguiu um investigador português com o prémio Robert S Schwab Award, um galardão que anualmente é atribuído a uma personalidade com contribuições excecionais na área de Neurofisiologia Clínica.

Mamede de Carvalho, diretor de unidade e investigador no Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, torna-se assim o primeiro português a receber esta distinção que desde 1997 tem sido maioritariamente atribuída a investigadores americanos.

Trata-se do reconhecimento internacional de uma carreira de investigação e clínica dedicada a um conjunto vasto de trabalhos publicados em Neurofisiologia Clínica (mais de 200 artigos publicados a nível internacional) focados maioritariamente no estudo da esclerose lateral amiotrófica e que permitiram a definição de novos critérios para o seu diagnóstico, assim como a quantificação da progressão da doença e a compreensão dos mecanismos da sua origem.

“Ao estar ainda numa faixa etária em plena fase de atividade este prémio representa, sobretudo,  um estímulo para a persistência na realização de melhores trabalhos na Neurofisiologia Clínica, mesmo com meios limitados, quer em equipamentos quer em recursos humanos”, afirma Mamede de Carvalho.

O investigador português, que acumula funções como neurologista e neurofisiologista no Hospital de Santa Maria-Centro Hospitalar Lisboa Norte e como professor catedrático de Fisiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, é o segundo europeu (depois do sueco Erik Stalberg, em 2008) e o quarto não-americano e a receber este importante galardão (depois do japonês Jun Kimura, em 2005, e do australiano David Burke, em 2014).

Ao longo da sua carreira, Mamede de Carvalho tem contribuído a nível mundial na promoção da Neurofisiologia e entre 2010 e 2014 foi presidente da Sociedade Internacional de Neurofisiologia Clínica (International Clinical Neurophysiology Society) e membro executivo da Federação Internacional de Neurofisiologia Clínica (International Federation of Clinical Neurophysiology)

A Sociedade Americana de Neurofisiologia Clínica (American Clinical Neurophysiology Society - ACNS) foi criada em 1946 e é uma associação científica e profissional dedicada a promover a excelência em neurofisiologia clínica e a aprofundar a compreensão da função do sistema nervoso central e periférico na saúde e na doença.

Sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurodegenerativa relativamente incomum, com uma incidência de 2 a 3 casos por 100.000 habitantes e uma prevalência de cerca de 7 a 8 casos em cada 100.000. É a terceira doença neurodegenerativa mais frequente a seguir à doença de Alzheimer e à doença de Parkinson. A idade média de aparecimento é aos 60 anos, embora afete pessoas na terceira ou quarta década de vida, pelo que é a doença neurodegenerativa mais frequente do jovem adulto.
A ELA carateriza-se pela degenerescência dos neurónios motores, localizados no córtex motor, no tronco cerebral e na medula espinhal e o seu quadro clínico manifesta-se pela fraqueza muscular. Inicialmente pode manifestar-se por uma paralisia de um membro superior ou inferior, por uma paralisia bulbar (transtorno da fala e, mais tarde, dificuldade de deglutição) ou por uma paresia difusa ou respiratória (cerca de 3 por cento).

Sobre o IMM
O Instituto de Medicina Molecular (IMM) é uma instituição de referência em Portugal tendo adquirido o estatuto de Laboratório Associado ao Ministério da Educação e Ciência. A missão do IMM é promover a investigação biomédica básica, clínica e de translação, contribuindo para a compreensão dos mecanismos da doença, o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas, de testes preditivos e de ferramentas de diagnóstico.

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