Cepheid Talks

O fígado está, atualmente, no «centro de qualquer raciocínio sobre diabetes»

O fígado é um órgão cuja atividade está relacionada com a diabetes. “É reconhecido como estando ligado à fisiologia, à fisiopatologia e, até mesmo, à forma de tratar as hiperglicemias, intervindo na produção hepática da glicose”, afirmou, à Just News, Álvaro Coelho, coordenador do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

Foi no decorrer de uma reunião extraordinária daquele Núcleo, subordinada à temática “Diabetes e fígado”, que teve lugar no último fim de semana, no auditório do Hospital de São Pedro (CHTMAD), em Vila Real, que Álvaro Coelho explicou, em declarações à Just News, que o fígado está, neste momento, no “centro de qualquer raciocínio sobre diabetes”.

Tal como referiu, falar desta epidemia pressupõe pensar em alguns órgãos como o pâncreas, o rim, os olhos e o coração, entre outros, sendo o fígado um dos primeiros a ser reconhecido como “importantíssimo” nestas áreas.

“Tem maior resistência que os outros órgãos, logo não é dos primeiros a ter uma expressão clínica. No entanto, é bom debruçarmo-nos sobre ele”, observou.

De acordo com Álvaro Coelho, uma das intenções do NEDM é promover estes encontros de interesses e, dadas as características da diabetes, “é excelente” que se realizem reuniões que envolvam os vários núcleos.



Para Trigo Faria, diretor do Serviço de Medicina Interna do Hospital de São Pedro, o tema desta reunião é de “extrema relevância”. Segundo refere, as unidades de Diabetes e de Hepatologia do Serviço de Medicina Interna, pelo qual é responsável, dedicam-se, há vários anos, ao estudo destas patologias e ao seguimento dos doentes, fazendo todo o sentido que os profissionais possam efetuar uma atualização.

“As duas unidades têm trabalhado em conjunto no sentido de serem o mais eficientes possível para os doentes da nossa região”, sublinhou, acrescentando que o internista é, por definição, o médico que tem a visão mais global e integradora do indivíduo, podendo tratar estas entidades de forma eficaz.

Segundo referiu, nos últimos anos, saíram muitas novidades sobre a relação bidirecional entre o referido órgão e a diabetes, sendo que esta patologia e o fígado gordo podem ser causa de doença hepática crónica, que predispõe ao carcinoma hepatocelular.



Jorge Crespo, vice-presidente da SPMI, afirmou considerar que esta reunião do NEDM foi uma iniciativa “cheia de oportunidade”, ao “juntar profissionais de diversos núcleos que, dentro da Medicina Interna, se interessam por estes problemas, dando conta do seu dinamismo”, justificou.

Jorge Crespo também salientou a importância da temática central. “Durante muito tempo, estas duas áreas estiveram de costas viradas. No entanto, hoje em dia, conhecendo-se a inter-relação existente entre eles, é fundamental que as conheçamos bem para as poder tratar”, indicou.

A II Reunião Extraordinária do NEDM foi uma organização conjunta daquele Núcleo e da Unidade Integrada de Diabetes, coordenada por Paulo Subtil, do Serviço de Medicina Interna do Hospital de São Pedro, em Vila Real.



Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda