Internistas debatem impacto da variabilidade glicémica no controlo da diabetes

O Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) promove, no dia 25 de outubro, no Hotel dos Templários, em Tomar, uma Reunião Extraordinária, com o objetivo de analisar a importância da “variabilidade glicémica” no controlo da diabetes mellitus, uma doença que afeta mais de um milhão de portugueses.

A variabilidade glicémica, tema escolhido para esta reunião, é importante marcador de risco vital. Os especialistas defendem que picos e quedas da glicemia somam mais um fator de risco aos portadores de diabetes e obrigam a refletir na abordagem no tratamento desta população.

Álvaro Coelho, coordenador do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus, explica que “o controlo da variabilidade glicémica é fundamental para prevenir o risco cardiovascular, em particular no doente idoso e com comorbilidades, daí considerar fundamental a troca de experiência e pareceres entre internistas com diferentes áreas de especialização, como é o caso do AVC ou da geriatria".

Esta reunião será presidida por Manuel Teixeira Veríssimo, presidente da SPMI, estando a moderação a cargo de Abílio Villas-Boas. Contará com um painel composto por João Gorjão Clara, coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria, Maria Teresa Cardoso, coordenadora do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral, António Martins Baptista, coordenador do Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna, Andreia Vilas Boas, coordenadora do Núcleo de Internos de Medicina Interna e Margarida Bigotte, em representação Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus.

Estima-se que a diabetes mellitus afete mais de um milhão de portugueses, sendo que 5,6% dos casos não são diagnosticados. Na última década, verificou-se um crescimento do número casos diagnosticados anualmente em Portugal, e também do número de óbitos (41%), nos internamentos com registo de diabetes mellitus neste mesmo período de tempo.

O consumo de medicamentos para controlar a diabetes duplicou desde 2000, mas o crescimento da despesa foi bastante superior, o que significa que começaram a ser utilizadas alternativas de tratamento mais dispendiosas. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) gastou no ano passado 210 milhões de euros em medicamentos para a diabetes, um valor recorde que equivale a quase um quinto da despesa total do Estado com a comparticipação de fármacos em ambulatório.

Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), os encargos com a diabetes, que atinge mais de um milhão de portugueses, dispararam 400% só nos últimos seis anos, atingindo o valor mais alto em 2013: em média, a despesa atingiu 575 mil euros por dia.

Internista assume papel como “gestor da doença”

Em declarações ao Jornal Médico, Álvaro Coelho considera que “o internista assume um papel importante na condição de ‘gestor de doença’, sendo tido como essencial no garante das medidas de qualidade dos cuidados de saúde ao serviço dos cidadãos doentes a quem se atribui a centralidade do processo, em especial em ambiente hospitalar”.

No artigo, publicado na edição de outubro, o responsável do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus sublinha que o relevante papel da especialidade de Medicina Interna também se assume por “ser parte ativa no reconhecimento, na identificação e na intervenção na população de risco para diabetes e, por sua via, permitir diagnosticar precocemente, reduzir a morbilidade e a mortalidade, assim como a redução do número de episódios hospitalares”.



O artigo pode ser lido na integra aqui.

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