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Hospital público «inteiramente dedicado à Oftalmologia» vai criar gabinete de ensaios clínicos

“A área dos ensaios clínicos será uma das que queremos privilegiar no âmbito da inovação, criando um gabinete próprio”, assegura Erica Grilo Cardoso, presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto (IOGP). A responsável viu renovada a sua função neste novo mandato, que teve início em novembro de 2021.

Conforme explica à Just News, a criação do gabinete de ensaios clínicos é uma possibilidade graças ao protoloco que o IOGP estabeleceu com a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, "celebrado antes da pandemia, e que tomará agora forma".

Esta é uma das metas do Conselho Diretivo para o próximo triénio, cujo plano estratégico passa por "afirmar o caminho associado à inovação".

Formar profissionais e reduzir idas às urgências

Destaca-se também o reforço da "aposta na área da formação", sendo um objetivo a curto prazo realizar a terceira edição do Curso Teórico-Prático de Oftalmologia para Medicina Geral e Familiar (MGF), "que tem sido um enorme sucesso".


Erica Grilo Cardoso

“A primeira edição foi realizada em 2018 e visou relembrar alguns conceitos de triagem de situações oftalmológicas com o objetivo de identificar aquelas que podem ser acompanhadas pelos cuidados de saúde primários, evitando que todas sejam enviadas para as urgências hospitalares”, explica Erica Grilo Cardoso.

Esclarece ainda que o intuito é “replicar o evento, organizado pelos nossos internos de Oftalmologia para os internos de MGF, acrescentando, à semelhança da segunda edição, a componente prática”.

"O único hospital público inteiramente dedicado à especialidade"

Nos últimos anos, esta instituição também tem colaborado na organização dos Colóquios de Oftalmologia e, recentemente, dinamizou um curso de Oftalmologia Virtual, recorrendo a simuladores para ensino e treino de práticas clínicas, organizado pela diretora clínica, que advém, igualmente, do mandato anterior.

Simultaneamente, este Conselho Diretivo prevê “dar continuidade à rentabilização da capacidade instalada”. O IOGP caracteriza-se por ser "o único hospital público a nível nacional inteiramente dedicado à especialidade".

No entanto, reconhece que “ainda há algum desconhecimento do nosso papel na saúde da visão e no SNS e é no processo de afirmação da nossa marca que também precisamos de investir”.

“Condições operatórias como poucos têm”

Contando com quatro salas de Bloco Operatório de Oftalmologia e uma de treino cirúrgico, esta instituição detém, segundo a presidente do seu Conselho Diretivo, “condições operatórias como poucos hospitais têm nesta área, totalmente em ambulatório”.

No entanto, existe alguma “carência de recursos humanos, nomeadamente de anestesistas, que permitam rentabilizar as salas como gostaríamos”. Entre os 124 colaboradores do quadro de recursos deste hospital, atualmente, só existe um anestesista, o que potencia o recurso à prestação de serviços.

Em 2021, realizaram-se mais de 56 mil consultas de Oftalmologia e aproximadamente 7500 cirurgias. Foram registados praticamente 100 mil exames complementares de diagnóstico e terapêutica e mais de 10 mil consultas de enfermagem.


Elementos do Conselho Diretivo do IOGP: Miguel Fausto (enfermeiro diretor), Erica Grilo Cardoso, Sandra Barrão (diretora clínica) e Eduardo Castela (vogal executivo)

Avaliando a evolução que tem existido no IOGP nos últimos anos, Erica Grilo Cardoso realça a diminuição, em 75%, do número de utentes em lista de espera para 1.ª consulta face à realidade existente em 2018. “Na altura, existiam 8500 utentes a aguardar a realização da 1.ª consulta e o tempo médio de espera situava-se em mais de 220 dias; atualmente, temos cerca de 3000 doentes em lista de espera e uma média de 70 dias de espera”, refere.

Apesar da “influência da pandemia, que diminuiu o número de referenciações a partir dos Cuidados de Saúde Primários”, reconhece que “o caminho traçado tem sido muito positivo, faltando, no entanto, captar recursos humanos para avançar com os projetos pilares de atuação para o próximo triénio”. Também a renovação parcial do Conselho Diretivo é por si encarada como muito positiva, “pela frescura de visão e de vontade que trazem”.

"Cultivar o sentido de pertença a uma instituição com 132 anos de história"

Erica Grilo Cardoso conta que o IOGP foi fundado como primeira escola de Oftalmologia do país, permanecendo sob a tutela do Ministério da Educação até ao final da década de 80. Só nessa data foi transformado num hospital do SNS.

Por isso, entende que “cultivar o sentido de pertença a uma instituição com 132 anos de história é verdadeiramente importante”. Neste âmbito, há três anos, foi iniciado um projeto com o Museu da Saúde, no sentido de criar, nesta instituição, um Núcleo Museológico de Oftalmologia.

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