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Estudo nacional revela prevalência do doente diabético nos serviços de Medicina Interna

Até ao final do ano, haverá números concretos sobre a taxa de internamentos de diabéticos nos serviços de Medicina Interna de todo o país, devido a complicações relacionadas com a doença. A explicação é dada à Just News por Estevão Pape, coordenador do estudo e um dos dinamizadores do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), coordenado por Álvaro Coelho.

Os resultados preliminares foram apresentados na 10.ª Reunião do NEDM, que decorreu entre os dias 9 e 10 de outubro, em Viseu. Mas a análise detalhada dos dados recolhidos faz com que a apresentação completa do estudo ocorra depois deste evento, explica Estevão Pape, diretor do Serviço de Consultas Externas do Hospital Garcia de Orta (HGO) e coordenador da Clínica da Diabetes do SAMS.



O referido estudo é patrocinado pela SPMI e pelo próprio NEDM, contando com o apoio institucional da Direção-Geral da Saúde. Estevão Pape é o coordenador de uma equipa composta por Pedro Ribeiro (Coimbra), Rita Nortadas (HGO), Conceição Escarigo (HGO) e Joana Decq Mota (Hospital da Horta-Faial).

No Hospital Garcia de Orta, por exemplo, o impacto do internamento de diabéticos ronda os 30% no total dos serviços. “Fala-se de muitas epidemias. Esta é uma pandemia, como a classifica a OMS. Em Portugal, temos um milhão de diabéticos e mais meio milhão que não sabe que tem a doença. Haverá mais 400 mil que serão pré-diabéticos e é nestes que devemos intervir”, sublinha Estevão Pape.

O especialista defende que é necessário diagnosticar mais cedo a doença, como forma de melhorar a qualidade de vida dos doentes e aliviar o peso dos internamentos, que é elevado. Por outro lado, chama a atenção para a importância da criação de equipas multidisciplinares, tendo os médicos de família como primeiros aliados.

“Devemos trabalhar em conjunto, no mesmo sentido. A Medicina Interna com a participação, por exemplo, da Endocrinologia, Cardiologia, enfermeiros, nutricionistas, com uma intervenção maior da Medicina Geral e Familiar. Temos que agarrar o doente mais cedo”, diz.

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