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Enfermeiros de Reabilitação «fazem a diferença» pela competência e humanismo

Dirigindo-se aos participantes no Congresso Internacional de Enfermagem de Reabilitação (CIER’23), o ministro da Saúde sublinhou que a intervenção dos profissionais com esta especialidade é não só “importante” como “cada vez mais necessária”.

Regressando ao formato exclusivamente presencial, nesta fase pós-covid-19, o CIER’23, reunião magna da Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação, decorreu sob o lema “Competências, Valor para as Pessoas”, tendo registado perto de 700 participantes.



Não podendo estar fisicamente presente na sessão solene de abertura do Congresso, que se realizou entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, na Figueira da Foz, Manuel Pizarro enviou uma mensagem em vídeo marcada pelos elogios aos mais de 5000 elementos com a especialidade de Enfermagem de Reabilitação (ER) registados na Ordem dos Enfermeiros.

O ministro apontou o aumento da esperança média de vida, a maior literacia em Saúde e a evolução científica e tecnológica como fortes razões para que haja uma crescente procura de cuidados por parte da população, “tornando a intervenção dos enfermeiros de Reabilitação cada vez mais importante”.

“Há mais pessoas que podem recuperar uma vida autónoma, de maior utilidade para a comunidade e com maior felicidade individual e familiar”, deixando claro que a intervenção dos ER faz a diferença, pela “competência, diferenciação técnica e humanismo” destes profissionais, “dedicados à causa dos doentes e à causa da saúde pública", o que faz dela não só “importante” como “cada vez mais necessária”.


Belmiro Rocha

A oportunidade para proporcionar cuidados de reabilitação integrados

Tendo sido convidada para proferir a conferência inaugural do Congresso, subordinada ao tema “A reforma da Saúde: necessidades, implicações e oportunidades” e que antecedeu a abertura oficial, a intervenção da enfermeira Filomena Cardoso nesta sessão foi breve, acabando por traduzir-se num convite à Enfermagem de Reabilitação para aproveitar aquilo que classificou como uma “janela de oportunidade” criada pela atual reorganização dos serviços de Saúde.

Dizendo acreditar estarmos a assistir à “maior mudança ocorrida no SNS desde a sua criação”, a vogal da Direção Executiva do SNS mostrou-se convicta de que, para a ER – cujos profissionais “se articulam muito bem entre si” --, será o momento certo para se avançar no sentido de proporcionar cuidados de reabilitação “integrados, centrados não no utente, mas no seu percurso”.

Filomena Cardoso procurou explicitar melhor a sua ideia adiantando que tal passaria pela formação de “um corpo de enfermagem em cada uma das unidades locais de saúde” – modelo agora generalizado no SNS --, “que permita aumentar a capacidade que os enfermeiros de reabilitação podem ter enquanto interventores no percurso de vida do doente”.

Para além de Nuno Pedrosa, representando a Associação Portuguesa de Deficientes, e de Rodrigo Ramos, presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação, a cerimónia de abertura do Congresso da APER contou com a presença de Olga Brás, vereadora da Câmara Municipal da Figueira da Foz.


Belmiro Rocha e Filomena Cardoso


“Uma especialidade bem estruturada e completamente implementada a nível nacional”


Belmiro Rocha, que integrou o Colégio da Especialidade de ER da Ordem dos Enfermeiros durante 16 anos, metade dos quais como presidente, está desde março de 2023 pela quarta vez à frente da Associação, que tem perto de 2500 sócios. Aproveitaria, aliás, a sessão de abertura do CIER’23 para deixar o apelo: “É hora de fazermos crescer ainda mais este número, para podermos ser mais audazes e transformadores!”

“Hoje, a especialidade está completamente implementada a nível nacional, desde as aldeias mais recônditas aos serviços de Saúde mais diferenciados, com estrutura, organização, capacidade de resposta e, essencialmente, com um potencial enorme de futuro. Após um percurso robusto de quase 60 anos, desde a sua criação, em 1965, temos competências específicas, padrões de qualidade, suportes documentais e linhas de orientação de boas práticas, capazes de garantir as melhores respostas com a maior segurança, qualidade e efetividade”, afirmou o presidente da APER.

Belmiro Rocha apresentaria como prioridades da Associação “o incremento da Investigação, o máximo aproveitamento das competências específicas do ER e a adequação das dotações de enfermeiros de Reabilitação às necessidades reais de cuidados das pessoas, famílias e comunidades que deles precisam”.


Elementos da Comissão Organizadora Local

Destacaria ainda, entre “outras iniciativas de valor inquestionável”, realizadas com a chancela da APER, a criação do Dia Nacional do Enfermeiro de Reabilitação (DNER), assinalado pela primeira vez a 18 de outubro de 2022, bem como a atribuição da Bolsa de Investigação Maria Manuela Martins e do Prémio Maria de Lourdes Sales Luís, que em 2023, na sua 10.ª edição, distinguiu a Associação Salvador.

Não deixaria igualmente de enaltecer o empenho do grupo de trabalho responsável pela edição da Revista Portuguesa de Enfermagem de Reabilitação (RPER), uma das 3 únicas publicações de enfermagem portuguesas indexadas na SCOPUS.


Belmiro Rocha com Isabel Ribeiro, que também já assumiu a liderança da APER

“Espaço por excelência para dar visibilidade a trabalhos científicos realizados por ER”

Na edição de 2023 do Congresso Internacional de Enfermagem de Reabilitação, que incluiu a realização de 7 seminários e 8 workshops, foram abordadas diversas temáticas, como a organização dos recursos humanos da Saúde, as novas tecnologias e a certificação de competências. Também foi dado a conhecer um conjunto de projetos de reabilitação em desenvolvimento que, como frisa o presidente da APER, “acrescentam qualidade de vida às pessoas e sustentabilidade ao SNS”.

Para Belmiro Rocha, “o CIER’23 apresenta-se como o espaço por excelência para dar visibilidade aos trabalhos científicos realizados por enfermeiros de Reabilitação”. A esse propósito, importa referir que 30 das 65 comunicações livres recebidas foram aceites para concurso e as restantes seriam propostas para apresentação em poster, ascendendo a 105 o número total de posters. Foram ainda submetidos 19 vídeos e 34 fotografias. 



CIER’23 dedicou dia a atividades na comunidade

O dia 2 de dezembro foi dedicado pela APER a uma série de atividades alusivas à comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (DIPD), que se assinala oficialmente a 1 de dezembro.

Também tiveram lugar iniciativas de promoção da saúde, de prevenção da doença e de educação para a saúde, incluindo a realização de rastreios no âmbito das doenças cerebrocardiovasculares, tendo como palco o espaço da Escola Secundária Cristina Torres.



A concretização destas ações só foi possível com a colaboração do Hospital Distrital da Figueira da Foz, ACES Baixo Mondego, Câmara Municipal da Figueira da Foz, Instituto Nacional para a Reabilitação e Associação Portuguesa de Deficientes, entre outras entidades. 

 

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