Doenças respiratórias crónicas e envelhecimento juntam especialistas europeus em Lisboa

“O objetivo é encontrar plataformas de colaboração comuns que permitam maior atenção à doença respiratória crónica e ao envelhecimento ativo e saudável.” As palavras são de João Malva, um dos organizadores do Airways ICP (Integrated Care Pathways) Meeting and EIP-AHA (European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing) Reference Sites Meeting, evento que decorreu durante dois dias em Lisboa.

A iniciativa surgiu há dois anos, quando se criou uma estrutura que junta duas agendas europeias: a questão das doenças respiratórias crónicas e as 32 regiões consideradas como exemplo de boas práticas em termos de envelhecimento ativo e saudável. “A primeira reunião decorreu em 2013, de forma informal, em Atenas (Grécia), a segunda, de forma mais estruturada, em Montepellier (França) e, este ano, foi a vez de Lisboa.”

“Ao juntarmos estas duas agendas, estamos também a contribuir para se chamar a atenção para o problema da fragilidade dos idosos”, afirma João Malva. A fragilidade está contemplada nos programas europeus e o responsável alerta para os vários pontos de vista desta temática. “Não nos focamos apenas na fragilidade fisiológica, mas também na psicológica, social, cultural, de integração, entre outras. Os idosos devem ser o mais autónomos possível”, considera.



A escolha de Lisboa para receber a terceira reunião desta estrutura deve-se ao facto de ser uma das 32 regiões de referência, que apresentam boas práticas de envelhecimento ativo e saudável, mas não só. O francês Jean Bousquet, também organizador do evento, apontou a forma como Portugal gere a saúde com poucos recursos.

E dá um exemplo: “No caso da gripe, os responsáveis da Saúde optaram por selecionar grupos de risco, em vez de comprarem muitas vacinas, como em França, que acabariam por ser deitadas fora.” Para Jean Bousquet, este exemplo é importante para que se possa abordar a saúde num mundo onde os recursos são poucos.