Disfagia é uma questão de saúde pública «pelas potenciais complicações associadas»

Um dos problemas que mais preocupa os profissionais de saúde de diversas especialidades é a disfagia. Segundo a médica fisiatra Ana Andrade Borges, “é uma questão de saúde pública e uma temática pouco desenvolvida na formação médica”.

A diretora do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, falou com a Just News no âmbito das 2.as Jornadas de Disfagia, subordinadas ao tema “A disfagia no adulto”, organizadas pelo Grupo Multidisciplinar de Disfagia do HBA.



Ana Andrade Borges partilhou com a terapeuta da fala Sandra Hespanhol a responsabilidade pela organização do evento, que registou a presença de largas dezenas de profissionais de saúde, que encheram o Auditório Principal do HBA, na última quarta-feira.



"É importante otimizar intervenções e recursos"

A especialista realçou que a disfagia é uma questão de saúde pública, sobretudo, “pelas potenciais complicações associadas, nomeadamente, pneumonia, desidratação, malnutrição, depressão, aumento do tempo de internamento e acréscimo de custos em saúde”

Problemas que deviam exigir uma maior atenção a esta entidade, o que não se tem verificado. “A disfagia é pouco desenvolvida na formação médica, apesar de envolver uma abordagem interdisciplinar, com vários grupos profissionais”, apontou. Daí que, continuou, seja importante “agregar, uniformizar e otimizar intervenções e recursos”.



Planear a continuidade dos cuidados

Questionada sobre os principais desafios dos profissionais na área da disfagia, Ana Andrade Borges destacou a necessidade de existir “um planeamento do continuum de cuidados, desde a fase aguda até ao meio extra-hospitalar”.

Quanto ao papel do fisiatra relativamente a esta perturbação, realçou a abordagem holística que faz do paciente, além de ser “um elemento que contribui para uma melhor coordenação entre as várias técnicas necessárias”.



"Temos muitas pessoas sem acesso a tratamento"

A médica do Hospital Beatriz Ângelo fez ainda questão de salientar que, nesta área da disfagia, é preciso ter em conta a acessibilidade aos tratamentos face à gravidade deste problema de saúde.

“Infelizmente, os recursos são escassos e temos muitas pessoas sem acesso a tratamento e, face ao envelhecimento da população e à carga da doença crónica, serão muitas mais nos próximos tempos, daí que seja urgente mudar este panorama”, enfatizou.

Diferentes especialistas, a mesma determinação 

São várias as especialidades que estão representadas no Grupo Multidisciplinar de Disfagia do HBA. Contudo, o empenho em ajudar quem sofre de disfagia é o mesmo e é nesse contexto que, conforme refere Ana Andrade Borges, a equipa organiza umas Jornadas dedicadas a este tema.

O objetivo é contribuir para uma partilha de experiências e atualização de conhecimentos sobre "um tema abordado de forma insuficiente na formação médica", resultando inevitavelmente numa melhor prestação de cuidados.


Sandra Hespanhol (Terapia da Fala), Luísa Glória (Gastro), Luís Freitas (ORL), Sofia Cunha (Terapia da Fala) e Ana Andrade Borges (MFR) 


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