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Desenvolvimento psicoafetivo das crianças e adolescentes: Identificar «sinais de alarme»

É já dia 6 de abril que se realiza mais uma iniciativa promovida pela Associação Nacional de Internos de Psiquiatria da Infância e da Adolescência (ANIPIA).

Intitulado "Desenvolvimento psicoafetivo e sinais de alarme na saúde mental das crianças e adolescentes", trata-se do segundo webinar do projeto FundaMENTAL, que arrancou dia 1 de março e que se prolonga até novembro.

Esta sessão no mês de abril conta com as intervenções de Teresa Goldschmidt, pedopsiquiatra e presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência (APPIA), Otília Queirós, pedopsiquiatra, e Luís Heito, médico de Medicina Geral e Familiar e orientador de formação na USF Marginal.

Intervenção o mais precocemente possível


Em entrevista à Just News, a presidente da ANIPIA, Rita Amaro, explica que este projeto é direcionado a profissionais de saúde e visa ser mais um "importante contributo" para reforçar a articulação com outras especialidades médicas e outros profissionais de saúde:

"O objetivo será fomentar a adequada referenciação, quando necessária, para os cuidados de saúde terciários – neste caso, os serviços de Saúde Mental da Infância e da Adolescência, de forma a ser realizada uma avaliação atempada e iniciada a intervenção o mais precocemente possível, para identificarmos as causas e encaminharmos para as terapias necessárias”.

A médica interna de Pedopsiquiatria faz questão de sublinhar: “Quanto mais prematura for a intervenção mais diferenças haverá na trajetória de desenvolvimento da doença."


Rita Amaro

Covid-19: a experiência da teleconsulta com crianças

Tendo o início do seu estágio de primeira infância coincidido com o surgimento da pandemia de covid-19 no nosso país, em março de 2020, Rita Amaro foi parte integrante de todas adaptações necessárias, que vieram “mudar de forma drástica a forma clássica de intervenção nesta faixa etária, que passa por tempo de chão e contacto direto com o bebé e a família”, refere.

“A equipa do Centro de Estudos do Bebé e da Criança foi incansável e foi um privilégio ter vivido este período nesta equipa tão dinâmica e pioneira”, admite.

A médica interna de Pedopsiquiatria explica que, inicialmente, começaram por fazer consultas através de plataformas digitais, num acompanhamento próximo às famílias, dando continuidade aos seguimentos e respondendo aos pedidos de primeiras consultas. Assim que possível, desde meados de maio, iniciaram as consultas presencialmente, com todas as proteções necessárias. “A nossa intervenção engloba muito o processo de estar e de sentir”, salienta.

Apesar de existir a barreira da máscara nos pais e nos especialistas, na sua opinião, a estranheza é maior para estes do que para os mais pequenos. “Quando uma criança sente um adulto disponível para si, ter ou não ter máscara torna-se praticamente irrelevante”, refere.



Formar, educar e sensibilizar

“A ANIPIA está a viver uma fase de crescimento e, além de querermos investir na formação dos internos e na promoção de atividades que enriqueçam o nosso internato, estamos a trabalhar para que o âmbito da ANIPIA não se limite apenas ao universo da própria especialidade”, explica Rita Amaro.

Um dos grandes projetos do seu mandato é precisamente o projeto FundaMENTAL, que tem três premissas − formar, educar e sensibilizar.

Um projeto que está a ser constituído de forma a “promover a articulação com os profissionais de saúde, em geral, e concretamente com a Medicina Geral e Familiar e a Pediatria, visando ainda alcançar o meio escolar e a comunidade, por forma a aumentar a literacia e a sensibilização para a área”, elucida a médica interna de Pedopsiquiatria, que assumiu a liderança da ANIPIA em dezembro de 2000.


"Visão holística da criança"

O foco da ANIPIA em reforçar as ligações com outras especialidades médicas e com outros profissionais está, aliás, bem evidente nas parcerias desenvolvidas no âmbito do projeto FundaMENTAL.

Além da  Associação Portuguesa de Internos de Psiquiatria (APIP) e Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência (APPIA), foram estabelecidas colaaborações com a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica (SPSC), Sociedade Portuguesa de Défice de Atenção (SPDA), Centro de Estudos do Bebé e da Criança (CEBC) e Núcleo de Estudos do Suicídio do Hospital de Santa Maria.

Para Rita Amaro, esta relação "muito estreita" entre a Pedopsiquiatria, a Psiquiatria e as restantes especialidades é mesmo considerada "essencial para que possa haver uma visão holística da criança e se possa trabalhar em equipa e com apoio mútuo entre diversas áreas da Saúde”.

Os webinars do FundaMENTAL são transmitidos em livestreaming no facebook da ANIPIA, a partir das 18h30. As questões de género e orientação sexual e os comportamentos autolesivos são outros dos temas que serão abordados.



A entrevista completa com Rita Amaro pode ser lida na LIVE Psiquiatria e Saúde Mental 2.

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