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Congresso Português de Cardiologia: "saber conciliar e equilibrar" a ciência e arte

"Dos limites da ciência ao estado da arte" é o tema do XXXV Congresso Português de Cardiologia, que está a decorrer até dia 29 de abril, no Palácio de Congressos do Algarve. Em declarações ao Jornal Médico, Graça Castro, presidente do evento, refere que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, ao escolher este tema, "pretende gerar reflexão sobre os limites do conhecimento em Cardiologia e as áreas de fronteira, porque muitas vezes são estas que representam o maior desafio".

Assim, além de fomentar a discussão e a reflexão em torno dos temas mais polémicos e atuais da Cardiologia, um dos grandes objetivos deste encontro é "tentar abranger as áreas ´cinzentas` em que o conhecimento está menos definido ou em que existe mais controvérsia. A Cardiologia é, simultaneamente, ciência e arte. Há que saber conciliar e equilibrar estas duas vertentes."

Na sessão de abertura do Congresso, e após a intervenção de Graça Castro, o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Silva Cardoso, recordou que a "Sociedade Portuguesa de cardiologia tem justificados motivos de orgulho da sua história passada e da sua ação presente", salientando que se trata, atualmente, de "uma das mais organizadas e poderosas sociedades científicas portuguesas". Recordou as 15 reuniões e cursos promovidos pela Sociedade no último ano e do "extraordinário esforço de formação pós-graduada" ano após ano.

O papel da inovação, o recurso às novas tecnologias, a certificação das suas reuniões científicas, a promoção da investigação, a importância dada à cooperação entre os seus membros e com outras entidades foram alguns dos outros temas abordados por Silva Cardoso, destacando o "desígnio estatutário primordial" da Sociedade: "promover o desenvolvimento da Cardiologia ao serviço da saúde da população portuguesa".

Fausto Pinto começou a sua intervenção felicitando a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, porque, na qualidade de presidente eleito da Sociedade Europeia de Cardiologia, "é um grande orgulho" poder falar a própria língua e ouvir o hino do país a que pertence.

"As boas notícias", salientou Fausto Pinto, são que "a Sociedade Europeia de Cardiologia, neste momento, representa 90.000 membros internacionais e é a maior sociedade cardiovascular do mundo". Este ano, o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, que coincide com a sua tomada de posse, decorrerá em Barcelona, sendo aguardados cerca de 30.000 médicos. "Pela terceira vez consecutiva, o Japão é o país que vai apresentar o maior número de abstracts", adiantou.

Sobre o dinamismo e intervenção da Sociedade, Fausto Pinto recordou que "a Sociedade Europeia de Cardiologia abriu há relativamente pouco tempo, cerca de um ano, uma delegação em Bruxelas, o que permite estar mais próximo dos grandes decisores"

"As más notícias", alertou Fausto Pinto, são que as doenças cardiovasculares estão a aumentar: "São a 1ª causa de mortalidade e morbilidade no mundo", acrescentando que, apesar de ter havido um grande investimento na área cardiovascular, "é necessário continuar alerta".

Durante a sessão de abertura foi prestada homenagem a antigos presidentes da Sociedade Portuguesa de Cardiologia:
Fernando Pádua
Carlos Ribeiro
Luís Providência
Rafael Ferreira
Pedro Van Zeller
Martins Correia
Ricardo Seabra Gomes
Mário Freitas
Cassiano Abreu-Lima
Hugo Madeira
Manuel Antunes
Mário Lopes

Após esta homenagem, Fernando Pádua, primeiro presidente da Sociedade, e em representação dos restantes, afirmou: "A Cardiologia evoluiu de uma forma espetacular ao longo dos anos", considerando que "tem sido desenvolvido um grande trabalho. A prevenção em Cardiologia é das mais úteis no mundo, mas por vezes é muito esquecida". Para Fernando Pádua, "os cardiologistas têm um tesouro na mão, que é ajudar as pessoas a prevenir as doenças".


Podem ser consultadas aqui várias fotografias do Congresso Português de Cardiologia.

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