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CHULN: cerimónia distingue acreditação europeia do Centro de Reabilitação Cardiovascular

Exatamente um ano depois, foi assinalada há dias a atribuição da certificação europeia ao Programa de Reabilitação Cardiovascular implementado no CHULN. “É um momento de reconhecimento do trabalho de todos os envolvidos no projeto”, afirmou o diretor do Departamento de Coração e Vasos, o cardiologista Fausto Pinto.


Fausto Pinto

A pandemia de covid-19 adiou para esta altura a cerimónia que visou assinalar a acreditação europeia do Centro de Reabilitação Cardiovascular (RCV), um projeto que engloba o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e o Centro de Reabilitação Cardiovascular da UL (CRECUL).

A placa que agora está afixada à entrada do Centro de RCV, no Hospital Pulido Valente – unidade que, juntamente com Santa Maria, faz parte do CHULN --, atesta a obtenção da acreditação na categoria de Prevenção Secundária e Reabilitação Cardíaca. O título foi atribuído pela Associação Europeia de Cardiologia Preventiva, afiliada da Sociedade Europeia de Cardiologia.



A abrir a sessão que, entretanto, teve lugar no auditório do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, localizado no Parque de Saúde Pulido Valente, a cardiologista Ana Abreu estava visivelmente satisfeita por “sermos reconhecidos em termos de qualidade de trabalho”. A coordenadora do Centro de RCV considerou estarem reunidas as condições para que o Programa de Reabilitação Cardiovascular “melhore cada vez mais e tenha destaque a nível nacional mas também europeu”.

Fausto Pinto, que esteve presente na qualidade de diretor do Serviço de Cardiologia e do próprio Departamento em que aquele está inserido, e ainda como diretor da FMUL, afirmou ser a acreditação “o corolário do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos”. E reconheceu estar muito orgulhoso pela forma como o projeto tem evoluído.

Daniel Ferro, presidente do Conselho de Administração do CHULN, fez questão em estar presente na cerimónia de descerramento da placa e na sessão que se lhe seguiu. Felicitou os profissionais que o ouviam pela distinção atribuída, mas logo acrescentou que “o reconhecimento do Centro por uma entidade europeia dá-vos uma responsabilidade acrescida”.


Daniel Ferro

“Nós temos como objetivo melhorar a qualidade dos cuidados prestados, mas, frequentemente, temos dificuldade em evidenciar o que melhoramos e como. Neste caso, o patamar que atingiram é reconhecido por uma entidade europeia”, afirmou.

E ainda acrescentou que “todas as áreas de especialização do CHULN deviam seguir um caminho deste tipo, porque se torna muito mais fácil saber onde estamos e o que temos que fazer!”

1.º centro português de RCV a receber esta acreditação em Prevenção Secundária e Reabilitação Cardíaca

Inaugurado em maio de 2016, e tendo na altura como coordenador o médico Machado Rodrigues, o Centro de Reabilitação Cardiovascular CHULN/FMUL/CRECUL desenvolve a sua atividade com base num Programa que tem o seu início durante o internamento do doente, na sequência de um enfarte do miocárdio, da agudização de uma insuficiência cardíaca, de uma cirurgia cardíaca, da implantação de um dispositivo cardíaco ou de uma intervenção percutânea.

“Após o tratamento agudo de uma situação cardíaca, há que recuperar e melhorar o doente, levando-o a modificar o seu estilo de vida, minimizando o risco cardiovascular e reinserindo-o na sua vida pessoal, social e profissional”, explicou Ana Abreu.


Ana Abreu

No âmbito do Programa, a componente de avaliação do doente é fundamental, nomeadamente ao nível clínico, “com prova cardiorrespiratória, destinada a medir objetivamente a capacidade funcional e a orientar a prescrição de exercício físico”.

A intervenção contemplando os aspetos nutricional e psicológico é igualmente importante, bem como o controlo do risco cardiovascular, que “engloba a adesão à medicação e a modificação do estilo de vida”.

A equipa multidisciplinar envolvida no Centro de Reabilitação Cardiovascular é vasta, incluindo cardiologistas, fisiatras, fisioterapeutas, fisiologistas do exercício, enfermeiras de Reabilitação, nutricionistas, administrativas e ainda uma internista/diabetologista, uma psiquiatra, uma psicóloga e uma técnica superior de Diagnóstico e Terapêutica.



Representantes de todas estas áreas e até um doente – o psiquiatra Luiz Gamito – intervieram na sessão realizada no passado dia 28 de maio.

Fausto Pinto frisaria, aliás, que “se há área em que, de facto, o trabalho de equipa é fundamental para que os resultados sejam aqueles que temos tido é esta”. Também apontou “a vantagem de estarmos inseridos num Centro Académico, atuando em articulação com a Faculdade e com a Universidade”.

Fica o registo de este ter sido o primeiro Centro português de Reabilitação Cardiovascular a receber a acreditação em Prevenção Secundária e Reabilitação Cardíaca pela Associação Europeia de Cardiologia Preventiva e um dos poucos na Europa.


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