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AVC: número de mortes diminuiu nos últimos anos

A taxa de mortalidade por AVC tem vindo a diminuir progressivamente, nos últimos anos, em Portugal. O número de óbitos caiu de 14.383, em 2007, para 12.690, em 2011, o que se traduziu numa redução de mais de 1600 óbitos anuais (Doenças Cerebrocardiovasculares em Números 2013, DGS).

Segundo Maria Teresa Cardoso, especialista em Medicina Interna do Hospital de São João, no Porto, e coordenadora do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral da SPMI, um conjunto de fatores contribuiu para esta evolução positiva, nomeadamente a nível da prevenção e tratamento (Lei de Cessação Tabágica, legislação sobre o conteúdo de sal no pão).

Na base destes resultados está “um melhor controlo dos fatores de risco vascular, nomeadamente da pressão arterial na população portuguesa, demonstrado num estudo de base populacional recente, e a grande evolução verificada no tratamento da fase aguda do AVC, com a criação da Via Verde do AVC e de uma rede de unidades de AVC a nível nacional, associada à importância dada à reabilitação do doente, quer na fase aguda, quer no seguimento posterior, passando por uma campanha informativa levada a cabo pelas sociedades científicas de consciencialização da doença”.

“Em 2012, 50% dos doentes internados por AVC tiveram acesso a unidades de AVC. A percentagem de admissões pela Via Verde também tem vindo a aumentar progressivamente, de 10%, em 2006, para 40%, em 2012 (DGS, 2013), embora esteja muito aquém do desejável”, adianta.

E acrescenta que “a uniformização do tratamento do doente com AVC agudo, segundo o estado de arte, em unidades de AVC, não só permite a redução da mortalidade como a prevenção de complicações com grande impacto na morbilidade e dependência”.

Apesar desta melhoria na taxa de mortalidade por AVC, Maria Teresa Cardoso salienta que este ainda continua a ser a 1.ª causa de morte em Portugal e motivo de elevada morbilidade, com grande impacto social.

“A percentagem de doentes submetidos a fibrinólise ainda é muito baixa. A estreita janela terapêutica para o tratamento trombolítico na fase aguda do AVC obriga-nos a perseguir os objetivos de aumentar o número de unidades de AVC, agilizar a Via Verde e assim diminuir as heterogeneidades regionais no seu tratamento”, conclui a especialista.

“A interligação Medicina Interna e MGF é crucial na articulação do seguimento e tratamento do doente com AVC, garantindo uma continuidade de cuidados indispensável à boa evolução e autonomizaçãodo doente.”



As declarações de Maria Teresa Cardoso fazem parte de
um Especial sobre Medicina Interna, publicado na edição
de outubro do Jornal Médico.

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