APED quer «otimizar o tratamento da dor em Portugal»
A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) reuniu em Espinho, durante o 6.º Encontro das Unidades de Dor, as principais sociedades médicas científicas da área da Medicina da Dor. O objetivo foi, de acordo com Duarte Correia, presidente da APED, “estabelecer parcerias para otimizar o tratamento da dor em Portugal”.
Em declarações à Just News, aquele responsável explicou que, ao reunir as sociedades médicas científicas, a APED pretendeu “auscultar, obter consensos, determinar metas comuns e traçar estratégias no sentido de melhorar a prestação de cuidados aos doentes que sofrem de dor em Portugal”.
Embora o panorama nacional no diagnóstico e tratamento da dor tenha vindo a melhorar nos últimos anos, Duarte Correia destaca um conjunto de medidas que considera necessárias: continuar a promover a acessibilidade dos utentes, estabelecer uma rede de referenciação para a Medicina da Dor, incentivar a formação para que existam no futuro um maior número de profissionais capacitados e vocacionados para a Medicina da Dor e, ainda, aumentar o número de unidades de tratamento da dor no país. Salienta ainda a necessidade de que haja uma política de translação na investigação.
“A melhoria do tratamento da dor e da sua acessibilidade será mandatária nos próximos anos. Ainda estamos muito aquém do que pretendíamos e do que os nossos doentes desejam e necessitam”, sublinhou.
O evento foi, de acordo com Duarte Correia, um “local de debate multi e interdisciplinar, de reflexão, de discussão, de introspeção, de apresentação de propostas e de sugestões conducentes a um melhor tratamento da dor”, no qual participou a maioria dos profissionais portugueses dedicados à Medicina da Dor.
Em Portugal, a dor crónica atinge mais de 30% dos adultos. As repercussões de natureza económica são elevadas, estimando-se que o custo anual da dor crónica, em Portugal, será superior a 3 mil milhões de euros. Cerca de metade destes custos (1,6 mil milhões de euros) deve-se a despesas com cuidados de saúde, enquanto o restante resulta dos chamados custos indiretos, tais como o absentismo, o “presencismo no local de trabalho” e as reformas antecipadas provocadas pela dor crónica.