A criação da competência em Uroginecologia é uma «mais-valia para profissionais e doentes»

“A existência da competência de Uroginecologia é uma mais-valia para os profissionais e para os doentes e um dos desafios futuros desta área”, segundo Liana Negrão. A presidente da Secção Portuguesa de Uroginecologia (SPUG) da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), falou à Just News na sequência da 183.ª Reunião da SPG – Reunião SPUG, cujo tema central foi “Desafios na prática clínica e na formação em Uroginecologia” e que decorreu em Coimbra.



Liana Negrão salientou que “a Ordem dos Médicos já deu o seu parecer positivo para a criação da competência em Uroginecologia, o que vai favorecer a formação e diferenciação dos médicos”. Os próprios utentes também saem beneficiados. “As situações uroginecológicas mais graves devem ser tratadas por quem teve formação específica”, defendeu.

A médica salientou que, com o envelhecimento da população, existem cada vez mais problemas deste foro e que “deve ser dada toda a importância devida aos mesmos, para que as pessoas possam ser tratadas e melhorar a sua qualidade de vida”.



Quanto à reunião, o balanço é muito positivo, com centena e meia de participantes a assistir à abordagem de temáticas mais ou menos controversas. “O que suscitou mais debates foi o uso de redes nas disfunções do pavimento pélvico, como ficou visível na apresentação do investigador holandês Jan Deprest.” Na sua opinião, “tal como Jan Deprest demonstrou, as redes devem ser usadas com cautela, mas não devem ser banidas, porque são importantes em determinados casos clínicos”.

A 183.ª Reunião foi marcada pela tomada de posse dos novos órgãos sociais da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, que continua a ser presidida por Fernanda Águas, ginecologista de Coimbra.



Liana Negrão, também de Coimbra, é agora a tesoureira da SPG, assumindo Amália Martins, especialista do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, o cargo de nova presidente da Secção Portuguesa de Uroginecologia.