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A capacidade de sintetizar «é fundamental para os internistas»

Luís Campos, que preside ao XXI Congresso Nacional de Medicina Interna, que se realiza em maio, recebeu a Just News em sua casa, no Bairro Alto, em Lisboa, e falou sobre o seu percurso pessoal e profissional, afirmando-se na Medicina Interna como um “sintetizador”, ou seja, uma pessoa que tem vocação para um “olhar mais global sobre os problemas e as pessoas”.

O internista acumula várias funções, entre as quais as de diretor do Serviço de Medicina do Hospital S. Francisco Xavier/Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, consultor da Direção-Geral da Saúde, presidente do Conselho Nacional para a Qualidade em Saúde, professor auxiliar convidado da Faculdade de Ciências Médicas, desenvolvendo ainda atividade artística regular, além de se dedicar à fotografia e ao vídeo.



E é exatamente sobre como consegue conciliar tantas atividades o foco de uma das questões que é colocada a Luís Campos. Afirma que "não é nada fácil" e acrescenta:

"É justo dizer que isso só é possível porque tenho uma família que me apoia muito, particularmente a minha mulher que, tendo também uma atividade profissional intensa, ainda consegue gerir as coisas da casa. Para além disso, tenho uma fantástica equipa multiprofissional de cerca de 160 profissionais no serviço de Medicina em quem confio e em quem delego muitas funções. Por outro lado, em todos os outros projetos em que tenho estado envolvido, ao longo da vida, tive a sorte de ter encontrado equipas competentes, dedicadas e entusiastas, mesmo no campo artístico."

Ao longo das várias páginas de entrevista, e entre muitos outros temas abordados, Luís Campos recorda os principais motivos que o levaram a especializar-se em Medicina Interna em 1988:

"Existem pessoas que gostam de saber muito sobre muito pouco, existem outras que têm vocação para um olhar mais global sobre os problemas e as pessoas, esses são os sintetizadores. Eu sou um sintetizador e essa capacidade é fundamental para os internistas. A Medicina Interna caracteriza-se por ser uma especialidade que tem um olhar global sobre a pessoa humana, possibilitando o desenvolvimento de áreas de diferenciação, com uma vocação particular para fazer a ponte com outras zonas do conhecimento. Eu inscrevo-me nessa matriz."

Além da Medicina, as artes plásticas, nomeadamente, o vídeo e a fotografia, constituem outra das suas grandes paixões, tendo feito muitas exposições a nível nacional e internacional. Luís Campos considera que "mais do que um interesse, é uma necessidade, ou talvez um impulso vital, que surge numa altura da vida e que não se despega de nós. Uma necessidade de traduzir em objetos estéticos uma compreensão sensível que temos da realidade que nos rodeia, ou da nossa própria natureza interior, de forma a tocar as pessoas."

Acrescenta ainda: "É um ímpeto para comunicar, mas de uma forma que está para além do dizível. A fotografia e o vídeo são ferramentas para essa expressão e são, eventualmente, dos meios mais compagináveis com alguma intermitência de atividade, que é inerente a quem exerce uma profissão tão exigente como a Medicina."

E deixa o convite, "para quem tiver curiosidade", para visitar www.luiscampos.pt.



Quanto ao facto de presidir a um dos maiores congressos a nível nacional, Luís Campos destaca o facto de ter "uma ótima Comissão Organizadora, baseada no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental", sendo que "o desafio maior é tentar fazer algumas coisas diferentes para tornar o Congresso mais atrativo, cumprindo os seus objetivos: ser um espaço de formação e de atualização científica, de reflexão sobre os principais desafios da especialidade, um encontro de pessoas e ainda o principal sustentáculo económico da SPMI".

Relativamente à estrutura do programa, o presidente do XXI Congresso Nacional de Medicina Interna adianta que não é idêntica à dos últimos anos: "procuramos diversificar o tipo de sessões e vamos introduzir sessões interativas. Por outro lado, tentamos que seja um Congresso de escolha para a MGF e, como tal, vamos ter palestrantes e moderadores desta especialidade e garantir que estes colegas tenham pelo menos um tema em uma das salas que seja do seu interesse."

Quanto ao número de participantes, "o ano passado tivemos cerca de 1100, este ano, gostávamos de chegar aos 1500. É a pensar neste aumento de adesão que vamos iniciar o Congresso à sexta-feira e não à quinta, como era habitual".



A entrevista a Luís Campos pode ser lida na edição de abril de LIVE Medicina Interna.

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