Auxiliares de ação médica na Urgência: «Somos um elo preponderante entre os intervenientes»

Considerando uma linha orientadora comum para o desempenho de tarefas que integram o descritivo funcional do auxiliar de ação médica (AAM) no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), sustentadas em políticas, normas e procedimentos devidamente estruturados e consolidados na organização, importa destacar o contributo fundamental do AAM na promoção da gestão operacional do Serviço de Urgência Geral (SUG).

Há que ter em conta os diferentes contextos que caracterizam esta intervenção, quer seja na abordagem ao doente em regime de ambulatório, ao doente com perfil de internamento ou ao doente crítico.

Segundo a Administração Central do Sistema de Saúde (2015), “o Serviço de Urgência tem por objetivo a receção, diagnóstico e tratamento de doentes acidentados ou com doenças súbitas que necessitem de atendimento imediato em meio hospitalar”.

O SUG do HBA enquadra-se na tipologia de Serviço de Urgência Médico-Cirúrgico, desenvolvendo-se o processo de prestação de cuidados sobretudo em articulação com o Serviço de Imagiologia, Laboratório de Patologia Clínica, Bloco Operatório, Unidade de Cuidados Intensivos, Hospital de Dia Cirúrgico, Hospital de Dia Médico e serviços de Internamento.

Articulação eficaz entre os intervenientes: AAM é um elo preponderante

No contexto da pandemia covid-19, foram definidos critérios para a alocação de doentes em contexto de urgência e a sua transferência entre áreas. A 14 de março de 2020 foram estabelecidos circuitos separados, de forma a permitir a segregação de doentes de alta probabilidade ou confirmados com infeção por SARS-CoV-2, variando temporalmente a sua localização em função da necessidade de resposta à pandemia.

Foram estabelecidos e implementados no HBA procedimentos/normas adaptadas à gestão de cuidados em contexto covid-19. Face ao tremendo desafio de adaptação das unidades de saúde ao contexto pandémico, revela-se fundamental a articulação eficaz entre os intervenientes que asseguram a cadeia de prestação de cuidados.

O AAM é um elo preponderante nesta cadeia, em que, para além das tarefas associadas à prestação de serviços no âmbito dos cuidados de saúde ao cliente/família, sob a orientação e controlo do enfermeiro, deve assegurar a manutenção das condições de limpeza, higienização e arrumação do serviço, ambiente e unidade do cliente, bem como apoiar, sob supervisão do enfermeiro, logística e administrativamente o serviço.

Beatriz Ferreira e Patrícia Pereira

Rigoroso conhecimento das diferentes dinâmicas

A admissão do cliente no SUG implica uma abordagem que privilegie o rápido acesso a cuidados de saúde adequados e proporcionais às necessidades de cada utente, no mais curto espaço de tempo possível.

O encaminhamento e processo de prestação de cuidados do cliente, desde a Triagem, considerando os diferentes contextos de Postos de Observação Rápida e Sala de Tratamentos,
Postos de Estadia Curta, Pequena Cirurgia/Ortopedia, Sala de Observação e Reanimação, obriga ao rigoroso conhecimento das diferentes dinâmicas e respetivas dotações de equipamento/material de apoio à prestação de cuidados.

A intervenção do AAM assume particular relevância na promoção da operacionalidade nas diferentes áreas do SUG, em particular ao assegurar a disponibilidade de equipamento
de proteção individual, a adequada gestão de roupa (limpa/ suja/contaminada) e gestão de resíduos, preparação e distribuição de refeições, reposição de material ou desinfeção de equipamentos.

Reconhecidamente, destaca-se o papel fulcral do AAM na salvaguarda das melhores condições para o desenrolar do processo de prestação de cuidados de saúde, atendendo a
metas de qualidade e segurança.