DSM-5 versão portuguesa já está disponível




Foi lançada recentemente a versão portuguesa da 5.ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM) da American Psychiatric Association. Com sucessivas edições publicadas ao longo dos últimos 60 anos, esta obra tornou-se a referência da prática clínica em saúde mental.

Em entrevista, Gustavo Jesus, médico interno do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, que esteve envolvido na tradução e revisão desta obra, sublinha que a Psiquiatria “é uma especialidade médica particular em vários aspetos, nomeadamente pelo facto de ser mais difícil determinar se uma pessoa tem uma determinada doença, por exemplo, porque, na maior parte dos casos, não há exames complementares que o permitam dizer”.

Nesse sentido, o médico sublinha que, para que os diagnósticos possam ser mais objetivos, é necessário recorrer a classificações de doenças mentais que têm um papel “importantíssimo” não só na prática clínica comum, mas também na investigação.

Segundo refere, este livro tem sofrido uma evolução enorme desde a sua primeira edição. “O DSM-III marcou uma grande diferença e o DSM5 é uma obra de certa maneira revolucionária em relação à obra anterior.”

Destaca, igualmente, o facto de cada edição ter um período de utilização cada vez maior. “O DSM-IV durou 14 anos, sendo previsível que o DSM-5 seja uma obra que vai estar na prática clínica por uma duração semelhante”, adianta.

Para Ciro Oliveira, médico interno do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, outro dos revisores do texto, a tradução portuguesa do DSM-5 é, no contexto editorial português, a publicação mais importante do ano para a Psiquiatria. “Não só porque se trata da tradução do mundialmente mais conhecido e debatido manual de classificação diagnóstica em Psiquiatria, como pelos avanços conceptuais que indubitavelmente o novo manual introduz no mundo da Psiquiatria atual e à luz daquilo que é a evidência científica”, justifica.

O médico afirma que a tradução se tratou de um “desafio colossal”, na medida em que a dimensão da obra exigia, à partida, “um empenho de horas incontáveis”, ao que acrescia o facto de o texto do DSM-5 ter sofrido uma profunda reformulação de conteúdos e da sua organização relativamente à edição anterior.

Contudo, Ciro Oliveira considera que o maior desafio foi mesmo, por um lado, garantir o rigor técnico da tradução de termos científicos e depois, naquele que foi “provavelmente o trabalho mais árduo”, a harmonização de todo o texto, que foi traduzido por uma vasta equipa de tradução.

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