XI Congresso Nacional de Autoimunidade juntou em Évora mais de 300 participantes

A cidade de Évora acolheu, entre os dias 19 e 21 de junho, o XI Congresso Nacional de Autoimunidade / XXX Reunião Anual do NEDAI, evento que ultrapassou as três centenas de participantes e que foi realizado sob o lema “Connecting Teams, Transforming Care”.



“A autoimunidade é uma área transversal, complexa e em franca expansão”, sublinhou a presidente do evento, ao intervir na sessão de abertura. A internista Margarida Jacinto, que coordena a Consulta de Doenças Autoimunes da ULS do Alentejo Central, especificou: “Aqui, na nossa região, como em todo o país, ela representa uma realidade clínica exigente, que pressupõe não apenas ciência, mas também articulação, visão e compromisso.”

A médica justificaria a escolha do lema para este congresso afirmando que “reflete a necessidade de unir diferentes profissionais, diferentes serviços, diferentes olhares, para garantir cuidados mais humanos, mais justos e mais eficazes”.


Margarida Jacinto e Carlos Carneiro

“Continuamos por alcançar a equidade no acesso, a uniformização de cuidados e a valorização das equipas especializadas.”

Quanto aos desafios que se colocam a quem está particularmente ligado a esta área das doenças autoimunes, Margarida Jacinto considerou ser fundamental saber reconhecê-los. “Continuamos por alcançar a equidade no acesso, a uniformização de cuidados e a valorização das equipas especializadas”, frisou.

A mesa da cerimónia de abertura incluiu a presença de Fernando Martins de Almeida, presidente do Conselho Sub-regional de Évora da Ordem dos Médicos, em representação do bastonário, Paula Fernandes, diretora clínica adjunta da ULS do Alentejo Central, representando o Conselho de Administração, e Bruno Grima, secretário-geral da SPMI – Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.


Paula Fernandes, Carlos Carneiro, Margarida Jacinto, Fernando Martins de Almeida e Bruno Grima

A eles se dirigiu também o coordenador do NEDAI – Núcleo de Doenças Autoimunes da SPMI quando lembrou, logo no início da sua intervenção, que “este é o maior fórum de autoimunidade no nosso país”. E logo acrescentou:

“O congresso é um ponto de paragem para refletir e aprender, mas sobretudo para sonhar e acreditar num futuro melhor, com mais equidade no acesso aos cuidados, apostando na inovação e na busca do diagnóstico mais precoce e no tratamento mais adequado para os nossos doentes.”

“Será, no fundo, o reflexo do percurso que o NEDAI tem vindo a construir ao longo de mais de 30 anos, unindo especialistas de todo o país, promovendo investigação clínica e incentivando a formação contínua”, afirmou Carlos Carneiro, especialista de Medicina Interna que coordena o Departamento de Doenças Autoimunes do Grupo HPA Saúde e que há um
ano dirige o núcleo de estudos mais antigo da SPMI.

Elogiando o desempenho da Comissão Organizadora do evento, liderada por Margarida Jacinto, também fez questão de destacar “o número crescente de internos com interesse nesta área”. Aliás, diria mais à frente que a vitalidade de um núcleo também resulta da “jovialidade do mesmo, pelo que queremos promover o debate, a criatividade e o crescimento profissional dos internos de formação específica com interesse nesta área”.


Comissão Organizadora: Ana Rita Duarte, Frederico Batista, Filipe Alfaiate, Ana Teresa Vieira, Margarida Jacinto, Tereza Veloso, Natália Oliveira e (ausentes na foto) Flávio Quadrado e Maria Corraliza

Carlos Carneiro anunciou a elaboração do Guia do Imunologista

Anunciaria, entretanto, a elaboração do Guia do Imunologista, que apresentou como sendo um “livro de bolso” de consulta rápida das principais patologias, “com o foco sobre a clínica, o diagnóstico e o tratamento” e que “servirá de apoio para todos os médicos, estejam eles sediados no interior ou no litoral, num grande ou num pequeno centro hospitalar”.

“A aposta nas melhores práticas e o consequente aumento do nível de comunicação interpares irá também aprofundar o network entre centros e intensificar as redes de referenciação entre unidades de doenças autoimunes”, assegurou Carlos Carneiro.

O coordenador do NEDAI referiu-se ainda à necessidade de se apostar na aproximação aos cuidados de saúde primários, nomeadamente através da promoção de cursos com o foco no diagnóstico mais precoce. Por outro lado, importa “partilhar conhecimentos, em prol do seguimento destes doentes, desmistificando a complexidade deste tipo de patologias e criando ‘canais’ próprios, diretos e simples entre colegas, evitando o uso abusivo das urgências hospitalares”.

A finalizar, o responsável ainda fez referência à atribuição, pela primeira vez, do Prémio Carreira NEDAI e à reativação do RIDAI – Registo Nacional Informático de Doenças Autoimunes, “com impacto no futuro para a tomada de decisão e definição de recomendações”.

 

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