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VIH ainda é sinónimo de preocupação a nível global

Em declarações à Just News, o infeciologista António Vieira sublinhou “a preocupação que a infeção pelo VIH ainda motiva a nível global”, assim como “a rápida evolução dos seus conceitos” e o “caminho para a cronicidade”.

O especialista falava no âmbito da reunião I&I – Imunidade e Infeção, organizada pela Unidade de Imunologia Clínica (UIC) do Hospital de Santo António/Centro Hospitalar do Porto, intitulada “Treat to Target” (T2T)  nas Imunodeficiências primárias e doença VIH”.

Para o médico, este é um tema importante por abordar uma visão atual de imunodeficiências primárias, “doenças da desregulação do sistema imune, caracterizadas pela diminuição dos níveis séricos de imunoglobulinas, com a consequente queda na produção de anticorpos, que têm a visibilidade mais frequente nas manifestações clínicas de infeção, mas também em doenças granulomatosas, neoplásicas e do foro da autoimunidade”.

Fazer o ponto da situação e olhar mais longe, esbater fronteiras entre patologias, procurar um diagnóstico mais precoce, dispor de melhores biomarcadores e obter tratamentos a caminho da cura foram, segundo António Vieira, as ideias-chave deste encontro, presidido por Carlos Vasconcelos, diretor da UIC do Hospital de Santo António/CHP.

“Tratar o doente para ganhar vida com qualidade, para caminhar no sentido da cura, impõe identificar com clareza os alvos a atingir”, salientou, indicando que o programa do evento mostrou quatro “targets” como motivo de atenção e discussão fundamentais no âmbito da imunodeficiência adquirida que é a infeção pelo VIH: o vírus com as suas proteínas componentes alvo; a visão clínica do indivíduo infetado e as noções de cura; a imunidade, os seus deficits e a sua reconstituição; e a inflamação que perpetua o dano fisiológico e evolui e agrava as manifestações da doença.

António Vieira terminou indicando que, do ponto de vista clínico, na infeção pelo VIH, o “target” foi e é ainda e só o vírus. “Há que caminhar para a mudança de paradigma na infeção pelo VIH. Ao procurar novos alvos, desenvolver novos meios terapêuticos, importa conhecer a biologia e procurar eliminar as células reservatório, promover a estimulação imune, encontrar novos tratamentos onde os anticorpos monoclonais e as vacinas terapêuticas poderão ter papel de relevo, e continuar a desenvolver e melhorar a eficiência das classes de fármacos atuais”, um “desafio médico, num caminho longo”.

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