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UTAMI da ULS Gaia e Espinho inspira criação de novas unidades de tratamento ambulatório

Elementos da ULS de Entre Douro e Vouga visitaram recentemente a Unidade de Tratamento Ambulatório de Medicina Interna da ULS de Gaia e Espinho, no âmbito da preparação da abertura, já nos próximos dias, de uma unidade semelhante no Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira.

A UTAMI, que começou a funcionar em finais de 2017 no Hospital Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, “foi a primeira unidade de ambulatório de Medicina Interna a funcionar no país”, como faz questão de sublinhar Carina Silva, a sua coordenadora. O projeto arrancou “com uma equipa própria e organização definida, sendo um modelo inovador que tem inspirado a criação de novas unidades a nível nacional”.


Equipa médica da UTAMI: Filipa Ribeiro, Carina Silva e Raquel Barreira

“Estas unidades permitem o diagnóstico rápido e o tratamento urgente de fase aguda de descompensação, diminuindo o número de urgências hospitalares e de internamentos em hospital de agudos, bem como agilizar em segurança a diminuição da demora de internamento”, explica Carina Silva.

No fundo, é isso que se pretende também conseguir com a criação da Unidade de Ambulatório de Medicina Interna (UAMI) da ULS de Entre Douro e Vouga (ULSEDV).

“Surgiu da necessidade de resolver casos que precisam de uma resposta rápida, mas não em contexto de urgência. Aliás, muitos desses doentes até merecem uma investigação que seja feita fora do ambiente do Serviço de Urgência”, justifica Andreia Teixeira, a internista que vai assumir a coordenação da UAMI.

A sua deslocação a Vila Nova de Gaia, em que se fez acompanhar da enfermeira Maria dos Anjos Jesus, que chefia a equipa de enfermagem do Serviço de Medicina Interna da ULSEDV, serviu para “ver qual a dinâmica de funcionamento de uma unidade que já tem vários anos de experiência, conhecer as suas instalações e procurar evitar cometer alguns erros que poderiam atrasar a evolução do nosso projeto”.


A enfermeira Maria dos Anjos Jesus (à esquerda) com as médicas Andreia Teixeira, Raquel Barreira, Filipa Ribeiro e Carina Silva

Um grande objetivo: “a articulação direta com os colegas de MGF”


Carina Silva afirma que um dos grandes objetivos atingidos na UTAMI “foi a articulação direta com os colegas de Medicina Geral e Familiar dos concelhos de Gaia e Espinho, impulsionando a comunicação interpares, permitindo a discussão e a orientação rápida de casos mais complexos ou de gestão mais difícil”.

No seu entender, “de algum modo, esta unidade vem calcorreando, em salutar antecipação, os caminhos que se preconizam para uma Unidade Local de Saúde”.


Carina Silva


A Unidade de Tratamento Ambulatório de Medicina Interna da ULS de Gaia e Espinho funciona diariamente das 9h às 18h, com a realização de uma consulta urgente de Medicina Interna e Hospital de Dia para doentes que necessitam de orientação urgente hospitalar: diagnóstico rápido, reavaliação a curto prazo após vinda ao Serviço de Urgência ou após internamento, descompensação de doença aguda a necessitar de terapêutica endovenosa e/ou técnicas de diagnóstico/terapêutica.

“Os doentes podem ser referenciados diretamente pelos seus médicos de família ou pelos colegas do nosso hospital. Deste modo, serão reavaliados a curto prazo, habitualmente, num período de 2 a 3 dias, numa consulta hospitalar de Medicina Interna, e realizar no mesmo dia exames complementares de diagnóstico e terapêutica endovenosa”, esclarece a coordenadora.

De referir que quando estes doentes são observados na UTAMI e têm critérios de internamento e elegibilidade de admissão para o internamento em casa, o mesmo é feito na Unidade de Hospitalização Domiciliária da ULSGE, o que permite o seu internamento direto em casa, sem necessidade de ida ao Serviço de Urgência.


Maria dos Anjos Jesus com Judite Pacheco, enfermeira gestora do Pavilhão Ambulatório da ULSGE

As equipas da UTAMI e da UHD são compostas por internistas “que trabalham em conjunto diariamente para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde dos doentes, em ambulatório e em casa”, frisa Carina Silva, acrescentando que “todo este circuito permite a prestação de cuidados diferenciados aos doentes, evitando a sobrecarga do Serviço de Urgência e as complicações associadas aos internamentos hospitalares”.

De referir que, desde a abertura da Unidade de Hospitalização Domiciliária, em março de 2018, até final de dezembro de 2023, foram internados 178 utentes neste registo.

Para além de Carina Silva, também Filipa Ribeiro e Raquel Barreira são especialistas residentes da UTAMI, unidade onde, em 2023, se realizaram 3232 consultas urgentes de Medicina Interna, das quais 1658 foram primeiras consultas -- correspondentes a um aumento de atividade de 22% em relação ao ano de 2022 – e também 1510 sessões de Hospital de Dia

“A Medicina Interna, como a especialidade gestora do doente, tem um papel ativo e preponderante na organização destas unidades, estabelece e melhora a referenciação direta a partir dos Cuidados de Saúde Primários, viabilizando, assim, o melhor percurso de proximidade do doente no Serviço Nacional de Saúde”, conclui a coordenadora da UTAMI.

 

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