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Urgências respiratórias nos hospitais não diminuem, apesar de «termos uns CSP capacitados»

Os médicos de família estão “cada vez mais capacitados” para tratar os doentes respiratórios crónicos, mas o número de situações agudas assistidas nas urgências hospitalares “aparenta não diminuir”, afirma o internista Pedro Leuschner, do Hospital de Santo António.


Pedro Leuschner

O especialista do Centro Hospitalar e Universitário de Santo António diz que os Cuidados de Saúde Primários “têm uma capacidade de resposta cada vez maior para lidar com a doença respiratória, mesmo nos casos de infeção aguda”.

No entanto, “os episódios agudos em doentes crónicos, tendencialmente, afetam em maior número e de forma mais grave a população idosa, que acaba por recorrer à Urgência”.

Doenças respiratórias na Urgência

A decisão de dedicar a 4.ª edição da Reunião do Núcleo de Estudos de Doenças Respiratórias da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, que se realizou recentemente em Peniche, ao tema das urgências respiratórias justifica-se, no entender de Pedro Leuschner, “pela transversalidade com que os internistas se deparam com problemas respiratórios quando fazem Urgência”.



Atual coordenador do NEDResp, o médico do Porto considera o tema “cativante e relevante porque a Urgência é o local onde os internistas normalmente estão representados”.

Paralelamente, “importa referir que há também um ritmo tão grande de produção de novo conhecimento que achámos pertinente a atualização nestas temáticas”.

Este Núcleo da SPMI teve a sua génese no Hospital de Santo António porque, como explica Pedro Leuschner, “sentíamos uma grande assimetria entre o que era a nossa realidade e o que se observava na maioria dos serviços de Medicina Interna dos restantes hospitais do país. Com efeito, há várias décadas que acumulávamos experiência e dedicação à área respiratória na nossa instituição”.

Intervenções de João Sá e Alfredo Martins durante a 4.ª Reunião do NEDResp

“Até há uns 10 anos, a MI era a única responsável pelo seguimento do doente respiratório crónico e por algumas das técnicas habitualmente exclusivas da Pneumologia, como a broncoscopia. Ainda hoje temos uma consulta dedicada”, esclarece.




A “excelente relação” do NEDResp com a SPP e o GRESP


A Sociedade Portuguesa de Pneumologia é, sublinhe-se, uma das entidades com que o NEDResp mantém, “uma excelente relação”, à semelhança, aliás, do que sucede com o GRESP - Grupo de Doenças Respiratórias da APMGF.

Pedro Leuschner faz mesmo questão de referir que o ex-coordenador deste Grupo, o especialista de MGF Rui Costa, “foi uma força inspiradora importante” para a criação do Núcleo.

 
Nuno Cortesão, José Augusto Simões, Pedro Leuschner e José Miguel Maia

Como habitualmente tem sucedido em anteriores edições, também a sessão de abertura da 4.ª Reunião do NEDResp contou com a presença da SPP, representada por Nuno Cortesão, e do GRESP, através de José Augusto Simões. A mesa incluía ainda José Miguel Maia, que presidiu à Comissão Organizadora do evento.

Importa referir que a conferência que se seguiu à cerimónia inaugural, subordinada ao tema “Insuficiência respiratória”, foi assegurada por Alfredo Martins, primeiro coordenador do NEDResp, tendo a sessão sido moderada pelo internista João Sá.


Participantes no Curso de Função Respiratória – Da Função ao Doente, coordenado por Nuno Cortesão

No âmbito da Reunião, realizaram-se ainda os seguintes cursos, que mobilizaram algumas dezenas de formandos:

- Curso de Tratamento não Invasivo da Insuficiência Respiratória – Inaloterapia, ONAF, CPAP, VNI.

- Curso de Envolvimento Pulmonar nas Doenças do Tecido Conjuntivo.

- Curso de Função Respiratória – Da Função ao Doente.

- Curso Básico de Ecografia Pulmonar (CBEcoP).

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