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Sobrelotação das urgências «compromete segurança e rapidez dos cuidados de saúde prestados»

O aumento exponencial da procura de cuidados de saúde prestados em ambiente de urgência, especialmente nos picos de maior afluência, como é o caso dos períodos da gripe ou do surto de dengue que assolou a Madeira em 2013, conduz a uma situação de “sobrelotação, que representa um obstáculo à segurança e à rapidez com que se prestam os cuidados de saúde”. O alerta é de Maria da Luz Brazão, coordenadora do Núcleo de Estudos de Urgência e do Doente Agudo da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

O problema da sobrelotação das urgências, muitas vezes relacionado com o mau prognóstico, com o bloqueio no acesso ao internamento ou com o aumento dos custos em saúde, é o tema que a médica internista irá abordar no I Congresso Nacional da Urgência, que decorre no Funchal, no próximo fim de semana.



Em declarações à Just News, a responsável explica que “gerir os serviços de urgência com eficácia e eficiência, obtendo benefícios/ganhos na saúde e qualidade nos serviços prestados aos utentes, com os recursos humanos, técnicos, económicos e estruturais disponíveis, é uma preocupação permanente dos gestores" e acrescenta: "especialmente daqueles que verdadeiramente se preocupam com a qualidade da prestação dos serviços de saúde aos doentes".

Apesar de ser uma preocupação cada vez mais presente, faltava um palco comum para debater problemas e soluções, razão pela qual o Núcleo de Estudos de Urgência e do Doente Agudo da SPMI se empenhou na realização deste congresso nacional. As conclusões serão, aliás, encaminhadas para “os gestores administrativos e políticos, para que se possa melhorar a qualidade do serviço prestado nas urgências”, sublinha a organizadora do evento.

A realidade dos serviços de urgência na Madeira não é diferente da que se verifica no país. A média diária de atendimentos situa-se entre os 300 e os 350, mas quase que duplica nos períodos de pico provocados, por exemplo, pela gripe. Contudo, no Funchal, o hospital “está no princípio e no fim da linha e não pode continuar a ser a única porta de entrada”, sustenta Maria da Luz Brazão, acrescentando que é preciso haver mais planeamento estratégico, a todos os níveis, por parte dos hospitais e dos decisores.

O programa do I Congresso Nacional da Urgência pode ser consultado aqui.


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