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Saúde mental: defender os interesses dos doentes e uma visão humanizada da Psiquiatria

Na cerimónia de abertura do 11.º Congresso Nacional de Psiquiatria, evento que se realizou entre os dias 19 e 21 de novembro, em Vilamoura, Maria Luísa Figueira, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), afirmou que, no último ano, o organismo que preside foi “muito ativo” no plano da defesa dos interesses dos doentes e por uma visão humanizada da Psiquiatria. Sublinhou também o papel desempenhado pela SPPSM na promoção da qualidade dos serviços de saúde mental e na luta contra o estigma associado a doenças mentais.

"Tivemos uma posição muito participativa, mas muito crítica simultaneamente, tentando sempre despertar as consciências para os problemas que as políticas de saúde mental nos iam trazendo”, disse, enumerando que, neste campo, a SPPSM participou e organizou fóruns de discussão, cooperou no Conselho Nacional de Saúde Mental e interveio na comunicação social.

Além disso, utilizou datas importantes, como o Dia Mundial da Saúde Mental e o Dia Europeu da Depressão, para levantar os problemas. Organizou, também, uma sessão sobre o processo de desinstitucionalização dos doentes dos hospitais psiquiátricos.



No ano que passou, a SPPSM fez também muitos progressos no plano pedagógico, tendo organizado cursos, seminários, sempre com “uma preocupação pedagógica muito grande em relação aos jovens internos” que, segundo Maria Luísa Figueira, “foram a massa crítica” que assistiu aos encontros da Sociedade.

No plano de difusão do conhecimento científico, aquela responsável apontou que, “finalmente” foi publicado o primeiro número da Revista de Psiquiatria, embora este tenha sido apenas exemplificativo do que pode vir a publicação. “A revista será online e pensamos que vai ser um instrumento importante de difusão do conhecimento científico e uma forma importante para que os psiquiatras portugueses possam publicar os seus trabalhos”, esclareceu.



Neste âmbito, a presidente da SPPSM salientou, também, que o Congresso Nacional de Psiquiatria é um marco na Psiquiatria portuguesa, “cada vez com maior participação".

E fez questão de realçar que tem sido um privilégio assistir ao progresso e ao crescimento da SPPSM. “Ano após ano, a sociedade tem enriquecido e aprofundado os seus modos de atuação e, de alguma forma, alargado a sua missão e é com muita satisfação que vou deixar a presidência.”

Já João Marques Teixeira, presidente da Comissão Organizadora do Congresso e presidente-eleito da SPPSM, sublinhou que “os contactos que têm vindo a ser desenvolvidos com o Colégio da Especialidade de Psiquiatra da Ordem dos Médicos têm sido importantes para acertar as ações da SPPSM, sobretudo no âmbito da formação.”



Relativamente ao Congresso, destacou a participação de 20 palestrantes estrangeiros e 80 nacionais, bem como a realização de 30 simpósios, cinco conferências plenárias, três debates, dois workshops e sete mini workshops. Além disso, foram aceites 59 comunicações livres e 234 posters, o que, na sua opinião, “revela que o Congresso está a ser o centro das atenções da Psiquiatria portuguesa e, sobretudo, da jovem Psiquiatria portuguesa”.

Aquele responsável disse ainda que, apesar do tema do Congresso – intitulado "Medicina e Psiquiatria: ligações e disjunções" - ser difícil, foi um desafio “bem-sucedido”.



Além de Maria Luísa Figueira e de João Marques Teixeira, na cerimónia de abertura estiveram presentes Luís Gamito, presidente do Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, e representantes da Sociedade Espanhola de Psiquiatria, da Associação Brasileira de Psiquiatria e da Sociedade de Psiquiatria e Saúde Mental de Moçambique. A cerimónia de abertura foi finalizada por um momento musical.






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