Reabilitação cardíaca: enfermeiros nas 3 fases dos programas «é o reconhecimento das suas competências»

Os enfermeiros especialistas em Enfermagem de Reabilitação (EEER) vão estar em todas as fases dos Programas de Reabilitação Cardíaca (PRC), "incluindo a equipa mínima necessária obrigatória para a implementação deste programa".

A decisão foi tomada em mais uma reunião do grupo de trabalho para definir os critérios dos PCR. Em declarações à Just News, Manuel Belo Costa, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros (OE), destaca a relevância desta medida, considerando ser "o reconhecimento das competências fundamentais dos EEER nas equipas multidisciplinares dos PRC".

"Enfermeiros com esta especialidade são essenciais"

Relembre-se que o grupo de trabalho foi criado pelo despacho 8597/2017 de 29 de setembro de 2017 para a definição dos critérios a observar nos PCR, assim como para a definição e acompanhamento dos projetos-piloto a desenvolver neste âmbito em estabelecimentos hospitalares do Serviço Nacional de Saúde.

A presença de EEER nas 3 fases dos programas – intra-hospitalar, ambulatório e intervenção a longo prazo - não estava, contudo, prevista inicialmente. “Após vários pareceres enviados ao grupo de trabalho e tutela, a OE conseguiu demonstrar que os enfermeiros com esta especialidade são essenciais para que se prestem cuidados de reabilitação de excelência aos doentes com patologia cardíaca”, afirma Manuel Belo Costa.



O enfermeiro salienta que “estes profissionais têm competências para fazer acompanhamento no internamento, na preparação da alta e, por fim, na comunidade, daí que não fizesse qualquer sentido a sua exclusão”.

Manuel Belo Costa adianta ainda que "ficou também estabelecido que os enfermeiros generalistas poderão integrar as equipas de reabilitação em situações pontuais e para apoiar EEER".

O documento final deste grupo de trabalho, multidisciplinar, deverá ser conhecido até ao final do ano. “Esperemos que assim seja, porque apenas 8% dos doentes cardíacos faz reabilitação cardíaca, existindo grandes desigualdades de acesso ao PRC ao longo do País”, considera.

Manuel Belo Costa, que também é EEER e coordenador do Núcleo de Enfermagem da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, acrescenta ainda que está a trabalhar num manual sobre Enfermagem de Reabilitação Cardíaca, como forma de se partilharem “saberes e se prestarem cuidados de saúde de qualidade na área da reabilitação cardíaca”.


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